Para discutir como a leishmaniose visceral vem avançando no oeste paulista e a eficácia das ações de vigilância e controle tomadas para conter ou minimizar sua dispersão, o Instituto Adolfo Lutz, Sociedade Brasileira de Dermatologia, Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) e Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) promovem na sexta-feira, a partir das 8h, no Auditório Buriti, no campus 2, o 2º Simpósio de Leishmanioses do Oeste Paulista: uma abordagem clínica e epidemiológica. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site http://www.unoeste.br/eventos/s/?i=362&ev=n&ett=n. São 250 vagas.
Entre os diversos temas a serem abordados nas palestras, estão os aspectos epidemiológicos das leishmanioses tegumentar e visceral no Estado de São Paulo e as ações de vigilância e controle; aspectos clínicos e tratamento; diagnóstico laboratorial das leishmanioses tegumentar e visceral e o programa de vigilância e controle; vigilância e controle dos vetores; ação educativa e seu impacto na vigilância em saúde da leishmaniose tegumentar e visceral.
No período da tarde, após a realização de uma mesa-redonda, a programação continua, debatendo a situação epidemiológica e geoespacial dos casos de leishmaniose visceral em Três Lagoas (MS); subsídios geográficos para o aprimoramento do programa de vigilância e controle da leishmaniose visceral; aspectos clínicos da leishmaniose visceral em crianças atendidas no HR (Hospital Regional) Dr Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente; expansão da leishmaniose visceral no Estado de São Paulo, com ênfase no oeste paulista; experiência de tratamento de leishmaniose visceral canina no Hospital Veterinário de Presidente Prudente; a situação dos serviços de zoonoses na RRAS 11 de Prudente e o planejamento do programa de vigilância e controle da leishmaniose visceral canina para 2019. Antes do encerramento, haverá outra mesa-redonda.
A doença
As leishmanioses são um grupo de doenças causadas por parasitas e transmitidas aos seres humanos pelas picadas de mosquitos contaminados conhecidos como mosquito-palha ou cangalhinha. Existem duas formas: cutânea e visceral, a mais grave delas. A maioria das pessoas infectadas pelo parasita não desenvolve a doença, mas aqueles que adoecem se não diagnosticados precocemente e tratados, têm alta morbidade e mortalidade. Como não há vacina, a principal forma de prevenção é evitar o contato com o mosquito transmissor.
O cão doméstico é o principal reservatório do parasita e representa um elo importante na cadeia de transmissão e o Ministério da Saúde recomenda aos proprietários a eliminar cães com diagnóstico positivo para leishmaniose visceral, como medida de saúde pública para evitar o aparecimento de casos humanos. É importante ainda o diagnóstico e tratamento precoce de pessoas suspeitas. Além disso, o acúmulo de matéria orgânica (lixo doméstico, entre outros) é um fator de risco para proliferação e dispersão do mosquito palha, facilitando a manutenção do ciclo da doença.
Na leishmaniose tegumentar, estão implicados alguns animais silvestres. O cão doméstico é considerado hospedeiro acidental, não havendo comprovação do seu papel como reservatório das espécies causadoras.
Em Prudente
Segundo o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), passa de mil os cães autóctones com leishmaniose visceral até 2017. Segundo a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), seis pessoas se infectaram até essa data, com dois óbitos. Quanto à leishmaniose tegumentar, dois casos foram confirmados na cidade no ano passado, mas em Presidente Venceslau, ocorreram 16 casos.
Com Assessoria de Imprensa