Setembro Amarelo: mês de prevenção ao suicídio

Assunto de extrema complexidade, preocupante, de forma alarmante; uma brutal realidade. Devemos falar desse assunto, não podemos permanecer em silêncio. Nesse momento há alguém cometendo o suicídio. Concatenando ou planejando. A pessoa que pensa em cometer suicídio dá sinais? Quando devemos ficar próximos das pessoas que ameaçam suicidar? Devemos ficar ou permanecer próximos às pessoas, sempre, independente de quaisquer circunstancias. Acredito que esse é um dos grandes motivos de tanta angustia e dor psíquica que aflige o homem da contemporaneidade.

Não sabemos ouvir, enxergar, entender, sensibilizar, envolver-se com aquele que está ao nosso lado. Não temos tempo. Renato Russo nos fala em sua canção que “É preciso amar, as pessoas como se não houvesse o amanhã”. Sabemos criticar ou idealizar, mas não sabemos ficar próximos. Ficar próximo muitas vezes é ficar ao lado em silêncio. Queremos falar mais do que ouvir. Temos sempre alguém idealizado para comparar com o “fracassado” que está ao nosso lado. O que mais ouvimos é: “não posso desabafar com minha família, não entenderão”; “não posso revelar que sou homossexual, vão me matar, então me mato antes”; “não posso expressar como sou, não me aceitam”; “não sou eu mesmo, minha família não me dá valor, sou considerado ‘café com leite’”.

Críticas constantes podem levar ao suicídio. Muitas vezes já se tem internalizado culpa, remorso, melancolia, ou traumas. Qual é a verdadeira verdade? O que é o normal? Qual a receita certa para ser ou existir? Devemos ficar atentos aos seguintes sinais expressados sobre suicido: Ele pode manifestar o desejo dizendo: vou me matar, não quero mais viver, estou querendo suicidar. Não pense que é mito ou tabu essa expressão. Acreditem. Isolamento social, família, amigos e eventos sociais. Muitas vezes a pessoa não investe nada mais em si mesmo, des-existência, muito sono significando fuga da realidade.

O quarto está desorganizado, acúmulo de sujeira, tudo está desvitalizado. Roupas sujas e amarrotadas, dentes por escovar, cabelos desalinhados, etc. Impulsividade e interesse por situações de risco. Desfazer-se de objetos importantes. Despedir-se de parentes e amigos. Choro constante. Fazer testamentos e seguro de vida. Atento a cartas ou bilhetes pela casa.

O suicídio está relativamente imbricado com uma infinidade de transtornos como: depressão, ansiedade, transtorno bipolar, alimentar como anorexia ou bulimia, etc. Datas como aniversário, festas de final de ano como Natal e Ano Novo, dia das mães e pais podem desencadear muita dor psíquica, em função de perdas por morte ou separação de pessoas muito importantes e muito queridas. Você que está muito triste, vazio existencial, descrente, sem esperança e achando que viver não vale a pena, busque ajuda. Sempre haverá alguém disposto a ouvir-lhe.

Busque postos de saúde, Caps (Centro de Assistência Psicossocial), UPA (Unidade de Pronto Atendimento), psicólogos, psiquiatras, psicanalistas e até mesmo alguém de sua confiança como amigos, parentes, padres, pastores, etc.. Sempre há uma solução para um grande problema. Profissionais especializados poderão fazer do conflito que o invadiu por inteiro, algo simples, com solução que está dentro de você. É no pântano que encontramos um lindo lírio do campo. É preciso ter fé e esperança.

Publicidade

Veja também