Sete Copas relembra tricampeonato rural em filme lançado hoje

Equipe foi campeã em 1983, 1988 e 1990 e se tornou uma das mais tradicionais da região de Presidente Prudente

VARIEDADES - Da Redação

Data 03/12/2017
Horário 12:15

O Sete Copas Futebol Clube, time do bairro de mesmo nome localizado em Indiana, tem a sua história contada no videodocumentário Fanáticos: a memória viva do Sete Copas F.C., que será lançado neste domingo na sede da Aprubasci (Associação dos Produtores Rurais do Bairro Sete Copas e Indiana), às 19h. O evento é gratuito e aberto a todas as pessoas.

Fundada em 1948 pela família Kuhn, a equipe iniciou a sua história participando apenas de partidas amistosas. O ex-jogador do clube Hermínio Daldem, conhecido como Tio Miro, lembra que Guilherme Kuhn, um dos fundadores do time, conseguiu uma área no bairro e fez ali um campo de futebol. “No lugar onde fica o campo tinha uma roça de algodão”. Porém, logo nas primeiras partidas, uma briga generalizada quase fez com que o clube acabasse. “Teve uma briga muito feia aqui e meu avô proibiu jogo de futebol. Depois de muita insistência de todos, passado um tempo, ele acabou cedendo e está aí até hoje”, recorda Tio Miro, que jogou de 1950 a 2016, quando encerrou a carreira aos 79 anos.

Além do futebol, ocorriam no bairro as famosas partidas de truco. Com o movimento gerado nos dias de jogos, o bairro e a venda, estabelecimento comercial local, passaram a ser um ponto de encontro para as pessoas que moravam nas fazendas ao redor e buscavam alguma forma de lazer e diversão. “Era uma maneira de relaxar. Ali você encontrava com os amigos, sempre tinha uma mesinha de baralho, de dominó, um bate papo gostoso. Era muito comum na época”, conta Delfino Golfeto, ex-dirigente da década de 1980.

 

Amador Rural

O início da participação do Sete Copas F.C. em competições oficiais ocorreu em 1983, quando a extinta Amepp (Autarquia Municipal de Esportes de Presidente Prudente) abriu a possibilidade de times da região se inscrevessem para disputar o Campeonato Amador Rural de Presidente Prudente. “Nós conversamos e expliquei para eles as dificuldades de se participar de um torneio oficial. Como o grupo era muito unido, em 15 dias já tínhamos nos organizado e estávamos filiados à Liga Prudentina de Futebol”, explica Manoel Antônio Gasque Bazan, o Lito Bazan, que foi técnico do clube, sendo que logo no primeiro ano jogando o Rural foi campeão. A vitória na final foi em cima do Palmeiras do Limoeiro pelo placar de 2 a 1. “A bola veio da direita pra mim, eu recebi, dominei e dei um tapa por cima do goleiro”, recorda Claudio Kuhn, atacante que jogou aquela final, sobre o gol que marcou.

Após ser terceiro lugar em 1984, 1985 e 1987 e vice-campeão em 1986, o Sete Copas voltou ao lugar mais alto do pódio em 1988. “Nós tivemos uma preleção sensacional no vestiário. Isso, além do apoio da nossa torcida foi fundamental pra gente ser campeão nesse ano. Vencemos o Montalvão Esporte Clube por 3ª 0”, explica Cláudio. Dois anos depois, veio o tricampeonato, com triunfo sobre o Sete de Setembro do Km 18 por 5 a 1. “A turma aqui sempre foi muito fanática por bola. O campo aqui sempre ficava lotado de gente em volta”, destaca o ex-jogador Antonio Tomiazzi, o Baiano Tomiazzi. Ainda em atividade, atualmente o Sete Copas joga apenas partidas e torneios amistosos, tanto em Indiana quanto em toda a região.

 

O filme

Fanáticos: a memória viva do Sete Copas F.C. é peça prática do trabalho de conclusão de curso dos alunos de jornalismo Fabio Figueirinha, Fabio Reis, Gabriel Lanza, Leandro Gimenes e Paulo Ribeiro, cujo título é O videodocumentário como suporte à fixação da memória: a história do futebol amador no bairro Sete Copas. O TCC foi desenvolvido na Facopp (Faculdade de Comunicação Social “Jornalista Roberto Marinho” de Presidente Prudente) da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), sob supervisão da professora doutora e jornalista Thaisa Bacco. “O trabalho discute o papel do audiovisual como suporte à fixação da memória, tendo como objeto de estudo o Sete Copas Futebol Clube. Ele traz para a realidade um passado de significado social”, explica.

Os alunos precisaram resgatar a história do time, cuja maior parte estava na memória de cada um dos personagens. “A coleta das informações foi uma etapa bem difícil, além do cruzamento com outras fontes como fotografias e documentos relacionados ao time”, diz o aluno Leandro Gimenes. Já Gabriel Lanza faz questão de destacar a alegria em poder contar a história de uma equipe de futebol tão tradicional e querida em toda a região de Prudente. “Tenho a sensação de dever cumprido, pois apresentaremos um trabalho final de qualidade, que contribui muito para a manutenção da memória do time”. Mas o filme vai além disso. “Contribui para memória esportiva regional”, conclui Bacco. (Colaboração: Paulo Ribeiro).

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