Sessão de candomblé vira caso de polícia, em Presidente Prudente

Denunciante informou que vizinho surgiu no portão da residência com uma um pedaço de pau, dizendo que iria “acabar” com a sessão

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 21/11/2019
Horário 12:04

A CPJ (Central de Polícia Judiciária) abrirá inquérito para investigar uma ocorrência de discriminação religiosa, registrada na noite de ontem em um terreiro de candomblé. O local fica no Residencial Anita Tiezzi, em Presidente Prudente. Segundo a advogada de defesa, aproximadamente 20 pessoas estavam no culto religioso.

Consta no boletim de ocorrência que a vítima, 35 anos, compareceu à Central de Flagrantes e relatado que terminava uma sessão no terreiro, quando ouviu um barulho vindo do portão. Conforme a vítima, ao averiguar o fato, encontrou o vizinho, que portava um pedaço de pau.

Consta no relato que o homem estava incomodado com o culto, e disse que iria acabar com aquilo. Ainda, ele teria dito: “vocês poderiam estar ouvindo sertanejo, ao invés de fazer bagunça”; e “esse local está cheio de homossexuais”.

Conforme a polícia, a vítima esteve na delegacia com a advogada.

O crime foi registrado com base no artigo .20 da Lei 7.716/89, sobre “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A pena é de reclusão de um a três anos e multa.

De acordo com a advogada de defesa do espaço de candomblé, Veruska Cristina da Cruz Costa, as atividades religiosas ocorrem no local desde 2008, mas, desde sua instalação, o vizinho vem praticando intolerância religiosa, além de se incomodar diante do fato do “responsável pela unidade ser homossexual”. “Foi feito o boletim de ocorrência, e será aberto inquérito para averiguar o que for cabível judicialmente”.

Matéria atualizada às 18h58

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