Servidores do transporte e saúde aderem à greve

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 24/02/2018
Horário 13:32
Cedida, 120 manifestantes aguardam proposta para retornar ao trabalho
Cedida, 120 manifestantes aguardam proposta para retornar ao trabalho

Em Regente Feijó, a paralisação dos servidores públicos municipais já entra em seu quinto dia. Na manhã de ontem, 12 motoristas dos transportes municipais e 15 agentes da saúde também aderiram à greve, entretanto, deixaram 30% dos serviços em operação para não prejudicar os munícipes. No início da semana, apenas os professores de creches haviam entrado em greve, mas não demorou para que outros setores aderissem à manifestação para reivindicar melhorias no salário. Em contrapartida, o prefeito Marco Antônio Pereira da Rocha (PSDB) ofereceu um aumento de 3% no salário dos servidores, que não foi aceito pelo sindicato.

Os manifestantes dos setores da educação, saúde e transporte se reuniram ontem pela manhã, para reivindicar os direitos perante a Prefeitura. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Valdemir Alves da Silva, mais servidores aderiram à greve e totalizou 120 manifestantes. Ele lamenta que até o momento o chefe do Executivo não tenha se manifestado e promete que até a semana que vem, o número de funcionários municipais em greve deverá aumentar ainda mais. “Contamos com novas adesões para que a Prefeitura entenda que nós precisamos do incentivo para continuar trabalhando”, acrescenta.

Em meio à luta pela reivindicação dos direitos trabalhistas, Valdemir comenta que os servidores que estão à frente do manifesto foram ameaçados “por gente de poder” na cidade para que encerrassem a paralisação. Ele conta que orientou o grupo “a não reagir” e “continuar lutando”.

 

Trabalho parado

A professora Edmarcia Gomes da Silva Mastronicola, 50 anos, se diz ciente do prejuízo que a paralisação causa para as crianças que precisam da escola, mas afirma que enquanto o prefeito não abrir para negociações a situação vai continuar. Ela conta que por lei, os professores devem receber uma verba federal que é repassada pelo município. De acordo com a docente, desde o dia 17 de janeiro o sindicato buscou uma conversação com o Executivo e, por meio de encontros, foram informados por ele de que não teriam como receber o aumento compatível ao piso nacional devido “ao momento de crise”. Como não houve acordo entre as partes, o sindicato optou por parar os serviços.

De acordo com a professora, quando a municipalidade não consegue pagar os funcionários, ela tem a opção de pedir auxílio ao governo estadual ou federal. “Nós propusemos isso ao prefeito, mas ele não se mostrou a favor”, finaliza.

O motorista Érico de Oliveira, 40 anos, trabalha há 15 anos para Prefeitura de Regente Feijó. De acordo com ele, a categoria precisa de um incentivo para o funcionalismo e o índice inflacionário que deixou de ser pago pelo prefeito nos últimos anos chega 25%. “Nós não queremos prejudicar os munícipes, mas como existe um salário defasado, a gente precisa de dinheiro no bolso para movimentar a nossa renda”, acrescenta. A adesão de mais servidores nessa luta mostra que “não estamos brincando”.

Como noticiado por este diário, o prefeito Marco Antônio Pereira da Rocha afirmou ter aumentado o ticket alimentação em 24% que, segundo o motorista, resultou num acréscimo de aproximadamente R$ 40 no cartão. “Esse valor não faz diferença alguma para o custo de vida de hoje”, finaliza.

A equipe de reportagem tentou entrar em contato com o chefe do Executivo para saber como ele pretende agir em relação à greve, uma vez que os manifestantes dizem que a tendência é aumentar o número de servidores paralisados. Mas até o fechamento desta edição, não obtivemos retorno.

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