Sensibilidade

Tenho o privilégio de passar pelo Parque do Povo todos os dias. Aprecio suas manhãs, suas tardes e noites. Digo-lhe bom dia, boa tarde e boa noite. Acompanho sua trajetória já faz algum tempo. Moro por ali. Como é esplêndido! Já testemunhei suas diversas reformas e revitalizações. Há no ar uma preocupação para que ele fique sempre bem apresentado. Assim como quando vamos receber uma visita em casa. O Parque do Povo é a sala de visita de Presidente Prudente. Está sempre muito bem arrumada.

Há sempre arrumadeiras, jardineiros, faxineiros, pedreiros, pintores, artistas plásticos, decoradores, enfim, uma grande equipe tomando conta de cada setor que lhe compete. Observo sua grama sempre muito aparada, seu piso sempre em manutenção, ladrilhos sendo reparados e trilhas muito bem colocadas à espera do – também - deficiente visual.

A impressão que tenho é que o Parque do Povo vai casar-se com a lua. Estão todos preocupados e correndo muito para a chegada do momento do matrimônio. Tudo deve dar certo. Há também alguns caminhões pipa - não sei se posso chamar assim - carregados d’água, e seus funcionários. Fiquei observando por alguns segundos, enquanto o sinaleiro trocava de amarelo para vermelho, suas formas em trabalhar; uma orquestra sinfônica. Todos afinados. Enquanto um distribuía água, regando suas secas gramas, o outro tocava o caminhão lentamente.

O motorista profissional sabia o quanto podia andar e o funcionário segurando a mangueira manifestava que o local estava suficientemente regado. Um grande entrosamento em função de sua prática. A sensibilidade e o cuidado para que a grama não venha secar, não pode passar despercebido. Precisamos valorizar gestos como esse para que nossa vida tenha mais sentido. Muito difícil quando não percebemos gestos ínfimos que são de muitas gentilezas e grandiosidade. Banalizando quase tudo, não valorizamos mais nada.

Estamos acostumando com brutalidades e asperezas? Chegamos numa loja e se o funcionário está atendendo outro, não queremos esperar? Queremos tudo agora e já. Acelerados, tudo se torna mecânico. Intolerantes ou muitas vezes narcísicos não observamos o outro e suas limitações. Parabéns a todos os profissionais encarregados de cuidar do coração de Presidente Prudente chamado Parque do Povo. É nosso dever também colaborar não só com o parque, mas com todo o nosso planeta.

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