Seis cidades da região enfrentam risco de surto de dengue

Dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde, com base no LIRAa; outros 25 municípios estão em estado de alerta

REGIÃO - THIAGO MORELLO

Data 14/12/2018
Horário 04:00
Arquivo - Municípios pontuam as ações de combate ao vetor que têm sido realizadas
Arquivo - Municípios pontuam as ações de combate ao vetor que têm sido realizadas

O Ministério da Saúde apresentou os dados do LIRAa (Levantamento Rápido de índices de Infestação pelo Aedes aegypti) e o resultado foi a apresentação do risco de surto para doenças transmitidas pelo vetor - incluindo dengue, zika e chikungunya - em 504 municípios brasileiros. Destes, seis estão localizados na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, cuja sede é Presidente Prudente. São eles: Flórida Paulista, Ouro Verde, Pauliceia, Presidente Bernardes, Rosana e Santa Mercedes. Em todos os casos, o IIP (Índice de Infestação Predial) das cidades - informação base para compor o índice - estavam acima de 4. Ademais, outros 25 municípios estão em estado de alerta, com números que variam de 1 a 3,9, que atinge até mesmo a maior cidade da região.

Antes de tudo, é necessário explicar o que o IPP significa. O índice mede a proporção de imóveis que apresentam focos de dengue, a cada 100 residências visitadas. Por exemplo, se a taxa do município for de 5, isso quer dizer que a cada 100 imóveis, essa é a quantidade deles com focos dos mosquitos encontrados. E pensando no LIRAa, na região, o maior número está na cidade de Rosana, com 6,6. Apesar disso, não há registro de casos na cidade em 2018, conforme informado pela própria municipalidade.

Cenário esse desde 2016, quando foram 36 situações com a doença, de acordo com dados da Assessoria de Imprensa do Executivo. E isso é resultado das ações de combate ao foco e à doença pela cidade, que, ainda conforme a Prefeitura, têm sido realizadas até hoje para abaixar esse índice. “Ao todo, cerca de 90 profissionais, distribuídos, realizam a limpeza e colaboram com a saúde pública”, completa. A administração informa também que estão sendo coletados todos os materiais que podem servir como criadouros, e pede a ajuda da população, uma vez que os principais indícios são localizados em residências.

A mesma situação foi pontuada pela secretária de Saúde de Ouro Verde, Geni Pereira Lobo Tesin, onde o índice é de 6,1, o segundo maior da região. O município também não registrou nenhum caso das doenças neste ano, mas a chance de risco é confirmada por ela. “A população precisa se conscientizar mais, limpar o quintal, acabar com os criadouros e fazer sua parte. A Prefeitura tem se empenhado, até nas missas e cultos os padres e pastores orientam os fiéis, mas ainda tem muito descaso”, aponta. Geni detalha ainda que os agentes têm ido de casa em casa, realizando todo o trabalho preventivo.

Por sua vez, em Flórida Paulista, onde o índice chegou a 4,3, os trabalhos de prevenção também têm sido realizados. A informação é da coordenadora da Vigilância Sanitária, Irene Raquel da Silva Duarte, que também explica os números: “Na verdade está tranquilo. Deu alto porque os recipientes foram localizados num endereço só, em uma área industrial, que já foi neutralizada”, completa. Na cidade foram registrados três casos de dengue ao longo de 2018.

Nos demais municípios relacionados, a reportagem entrou em contato, mas não teve resposta. Em Pauliceia, por exemplo, foi informado que não era possível falar sobre o assunto, por falta de autorização. A mesma questão ocorreu em Santa Mercedes, mas pela ausência do profissional responsável. Já em Bernardes, as ligações não foram atendidas.

Ações permanentes

A todos, o Ministério da Saúde lembra de algumas ações que são importantes e necessárias para promover um cenário mais satisfatório ou ter a manutenção daqueles que já possuem bons números. Entre elas, ressalta-se a limpeza, seja de calhas, piscinas e quintais a atitudes mais comuns, como não deixar água acumulada em vasos de plantadas, deixar lixos e lixeiras em locais cobertos e fechados, assim como os pneus, que devem estar na posição horizontal.

E nas atitudes permanentes, o órgão federal informa que presta assistência contínua aos Estados e municípios, com apoio técnico e fornecimento de insumos. “Para estas ações, a pasta tem garantido orçamento crescente aos Estados e municípios. Os recursos para as ações de Vigilância em Saúde, incluindo o combate ao Aedes aegypti, cresceram nos últimos anos, passando de R$ 924,1 milhões, em 2010, para R$ 1,9 bilhão em 2018”, expõe.

SAIBA MAIS

O IIP é medido em três níveis: de 0 a 0,9, no qual o local analisado é considerado como satisfatório; de 1 a 3,9, que passa a estar em alerta; e acima de 4, que sinaliza o risco de surto da dengue, zika e chikungunya. Na região, além das seis cidades na pior situação, os demais municípios ficariam divididos da seguinte forma: 22 com o índice ideal e os outros 25 já em alerta (veja tabela).

LIRAa 2018

MUNICÍPIOS

IIP

 
 

 Adamantina

3,0

 

 Alfredo Marcondes

0,0

 

 Álvares Machado

1,5

 

 Anhumas

0,0

 

 Caiabu

0,0

 

 Caiuá

0,0

 

 Dracena

0,9

 

 Emilianópolis

3,3

 

 Estrela do Norte

0,0

 

 Euclides da Cunha Paulista

3,4

 

 Flora Rica

0,0

 

 Flórida Paulista

4,3

 

 Iepê

3,1

 

 Indiana

2,4

 

 Inúbia Paulista

0,0

 

 Irapuru

0,0

 

 Junqueirópolis

1,0

 

 Lucélia

1,5

 

 Marabá Paulista

0,0

 

 Mariápolis

0,6

 

 Martinópolis

3,4

 

 Mirante do Paranapanema

1,5

 

 Monte Castelo

0,8

 

 Nantes

0,0

 

 Narandiba

1,7

 

 Nova Guataporanga

1,2

 

 Osvaldo Cruz

2,6

 

 Ouro Verde

6,1

 

 Pacaembu

0,8

 

 Panorama

2,0

 

 Pauliceia

5,4

 

 Piquerobi

1,6

 

 Pirapozinho

0,9

 

 Pracinha

0,0

 

 Presidente Bernardes

5,0

 

 Presidente Epitácio

1,5

 

 Presidente Prudente

2,9

 

 Presidente Venceslau

1,1

 

 Rancharia

1,3

 

 Regente Feijó

2,6

 

 Ribeirão dos Índios

0,0

 

 Rosana

6,6

 

 Sagres

0,0

 

 Salmourão

0,0

 

 Sandovalina

0,0

 

 Santa Mercedes

4,1

 

 Santo Anastácio

2,0

 

 Santo Expedito

0,0

 

 Sao João do Pau d'Alho

3,8

 

 Taciba

0,9

 

 Tarabai

1,7

 

 Teodoro Sampaio

2,9

 

 Tupi Paulista

1,1

 

Fonte: Ministério da Saúde

LEGENDA

 

0 - 0,9

satisfatório

1 - 3,9

alerta

Acima de 4

risco

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