Na resenha do encontro mensal que ocorre todo terceiro sábado do mês, no 109º Sarau Solidário, que será realizado às 19h deste sábado, no Centro Cultural Matarazzo, poetas e poetisas, cantores e dançarinos, artesãos e cenógrafos, entre outros artistas embarcam no pensamento do presidente da APE (Associação Prudentina de Escritores), Carlos Francisco Freixo, que diz: “para não sermos mais os mesmos, pegamos nossa fantasia – que seja por um dia – ainda que tenha passado a Quarta-feira de Cinzas. E podemos mostrar que podemos ser outro, mesmo sendo os mesmos. Para agradarmos a nós mesmos, ou na necessidade de sobrevivermos diante de uma sociedade que nos exige tantas máscaras, nos vestimos de metáforas, somos permanentes ironia”.
Freixo diz que às vezes parece contraditório o que a Literatura questiona, mas se olharmos bem, veremos que é mais profundo, afinal, encerrados os festejos carnavalescos, tudo volta ao normal. Na verdade, não é bem assim. “Primeiro que todos fazemos nosso carnaval, seja na folia de momo ou em um recanto em família; seja nos desfiles de escola de samba ou em um retiro espiritual; seja ouvindo samba ou jazz, funk, balada... período em que mergulhamos de forma explícita ou implícita em uma preparação para os dias que seguem, como que a dizer aos fatos diários: venham! Estamos prontos para dizer sim à vida”, destaca o presidente e escritor complementando na sequência.
E “A noite dos mascarados” foge às folias carnavalescas e nos coloca diariamente com nossas máscaras para enfrentar inúmeras situações que se apresentam diariamente e, de cara limpa, com a “nossa” verdade, criaria obstáculos intransponíveis.
“Por isso nos vestimos para enfrentar cada situação com um ‘máscara’ diferente, com atitudes equilibradas, buscando uma sintonia que só o exercício diário permite superar as dificuldades dos ambientes onde devemos ser protagonistas de nossas ações, sendo que essas ações, grande parte das vezes, é para que possamos brilhar juntos num céu que pode ser por aqui mesmo”, enfatiza Freixo.
Em março
No encontro do dia 17 de março a associação desenvolverá o tema: “O amor o sorriso e a flor – Bossa Nova”.
1958: O Brasil vivia em regime de feriado nacional e tudo parecia dar certo para nós. A seleção brasileira de futebol vence a Copa do Mundo e volta da Suécia com o Caneco e a glória. Nas telas do cinema, o país fazia bonito com o cinema novo. Na política, JK era o dínamo do desenvolvimento e o Brasil, orgulhoso, enxergava-se como o país do futuro. E nesse clima, Tom e Vinícius convencem Elizeth Cardoso a gravar o LP “Canção do amor demais”, só com músicas dos dois (com 13 músicas). No violão, um baiano ainda desconhecido chamado João Gilberto fazia uma batida diferente, “moderna” como o piano de tom. Um quarteto único, que fechava um circuito eletrizante, composto de lírica, harmonia e ritmos próprios, que mudaria para sempre a música popular brasileira. Três meses depois chega às lojas o disco “Chega de saudade” com a voz e a batida de João Gilberto e músicas de Tom Jobim: e “Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim”.
“Só o exercício diário permite superar as dificuldades dos ambientes onde devemos ser protagonistas de nossas ações, para que possamos brilhar juntos num céu que pode ser por aqui mesmo”
Carlos Francisco Freixo,
presidente da APE
ARTISTAS
Cenografia - Celso Aguiar
Música: Felipe Andrade Farah, José Júlio Samogim, Cida Ajala, Raquel e Wágner Girardi
Fotografia - Maurício D’S
Escritores:
Altino Correia
Ângela Afonso
Apparecida Soares Correia
Carlos Francisco Freixo
Cida Girotto
Cleusa Cardoso
Eliane Vani Ortega
Fábio Santana Luiz
Felipe Andrade Farah
Helena Cararo
Neucélia Félix
Rafael de Campos
Rodrigo Campos
