Na quarta-feira, a maternidade e o centro cirúrgico da Santa Casa de Misericórdia de Panorama foram interditados pela Vigilância Sanitária Estadual, após o órgão constatar irregularidades em relação à estrutura do prédio, aos materiais utilizados, bem como a falta de profissionais e de capacitação para atuarem no local. Diante do não funcionamento temporário das alas, os pacientes precisarão ser realocados para outras unidades de saúde, o que tem preocupado aqueles que precisam de atendimentos médicos com urgência. Até a tarde de ontem, apenas o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo e o Hospital Estadual Doutor Odilo Antunes de Siqueira de Presidente Prudente estariam recebendo os pacientes.
A fim de garantir a resolução dos problemas encontrados na santa casa, e novas negociações com hospitais da região, representantes do município, da unidade de saúde e DRS-11 (Diretoria Regional de Saúde) têm se reunido para que a situação seja regularizada o quanto antes, para que a população não se sinta prejudicada. O secretário municipal de Saúde, Adenilson Correa da Silva, esteve na tarde de ontem com o provedor da santa casa, Sérgio Eurico, e outros profissionais para debater as questões apontadas.
“Atualmente, a grande dificuldade que a santa casa enfrenta é com relação aos recursos humanos. Ela não só atende ao município, como também aos pacientes de Pauliceia e, desta forma, constata-se que há um baixo efetivo para dar conta de fazer os atendimentos”, pontua o titular da pasta. Além da falta de profissionais, outra causa da interdição foi a falta de qualificação dos mesmos que, conforme o secretário, “pode demandar um certo tempo”.
Apesar de uma possível demora em ajustar os apontamentos, Adenilson espera que até o fim de janeiro do ano que vem os novos servidores comecem a atuar no hospital. Esta não é a primeira vez que a santa casa é alvo de medidas de correções que, segundo ele, ocorrem há pouco mais de 10 anos. “Naquela época, foram solicitadas medidas de correções físicas, recursos humanos e de protocolos de conduta. E, durante o período, as normas foram sendo atendidas, como o serviço de lavanderia, que passou a ser terceirizado, a reforma da cozinha, que está quase concluída, entre outras”, salienta o titular da pasta.
A reportagem tentou contato com Sérgio Eurico, provedor do hospital, para buscar um posicionamento a respeito da interdição, bem como as medidas que estão sendo tomadas para regularizar a estrutura e equipamentos. No entanto, até o fechamento deste texto, ele não retornou as ligações ou respondeu às mensagens.
Vistoria conjunta
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde informa que, na quarta-feira, o GVS (Grupo de Vigilância Sanitária) de Presidente Prudente realizou uma vistoria conjunta com o município na maternidade da santa casa de Panorama. Conforme a pasta, “o hospital deverá propor um cronograma de adequação das irregularidades estruturais e dos processos de trabalho para que ocorra a desinterdição”.
“Cabe esclarecer que o pronto-atendimento segue normalmente. Pacientes que necessitarem de internação e realização do parto serão encaminhados a outros serviços da rede, como os hospitais Regional e Estadual de Presidente Prudente”, salienta a secretaria.
