Saldo da balança comercial tem retração de 27,84%

Apesar de tudo, municípios, juntos, ainda exportam mais do que importam; montante reduziu de US$ 383.518.698 para US$ 276.759.392 entre os anos

REGIÃO - THIAGO MORELLO

Data 31/01/2019
Horário 04:03

O saldo da balança comercial na região de Presidente Prudente terminou o último ano em declínio. Em âmbito regional, apesar dos municípios ainda exportarem mais do que importam, o que garante mais retorno à municipalidade, o cenário fomentou uma queda de 27,84% no saldo total, isso em comparação com o ano de 2017. De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, de janeiro a dezembro de 2017, o superávit foi de US$ 383.518.698, ao contrário do ano passado, quando o montante chegou à cifra de US$ 276.759.392 (veja tabela).

Em dezembro de 2017, conforme noticiado por este periódico, a situação não era diferente ao ser comparada com 2016. Para ser mais exato, na época, contabilizando de janeiro a novembro, a queda de um ano para o outro já registrava 25,8%, um mês antes de acabar 2017. Isso mostra que o saldo da balança comercial tem ficado em declínio, com sequência em 2018, que superou as negativas registradas no período anterior.

É válido destacar ainda, que em 2017, 22 municípios da região realizaram operações, seja de exportação ou importação, enquanto em 2018 foram 23. Ou seja, mesmo com uma cidade a mais, o saldo ainda foi menor que o do ano anterior.

Logo de cara, o diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Wadir Olivetti Junior, justifica essa situação citando a crise econômica, assim como em 2017. “A indústria forte exportadora na nossa região está baseada em couro, açúcar e carne. Hoje, o Brasil bate direto na concorrência com a Índia, que é grande exportadora de açúcar”, explica.

Nas três situações, Wadir garante que o mercado internacional está retraído e isso acaba afetando a região. “É uma cadeia, que também acaba prejudicando outros setores, como economia, emprego, entre outros”, expõe. Apesar de tudo, ele entende que o cenário tende a melhorar - com sinalizações vistas já em dezembro -, impulsionando reflexos a todos, por se tratar de uma situação cíclica.

A reportagem ainda tentou ouvir alguns municípios que tiveram o pior desempenho, como Adamantina, Alfredo Marcondes e Dracena, mas não recebeu respostas até o fechamento desta edição.

Aposta no amendoim

Entre as ressalvas, há quem conseguiu resultar um cenário melhor. Na melhor das situações, Ribeirão dos Índios teve um superávit de 660,82%. Em 2017, o saldo foi de US$ 225.550, e em 2018 foi para US$ 1.716.020. Em ambas as situações, a cidade apenas exportou, o que é algo positivo para a economia local.

Tudo isso é graças ao amendoim, segundo o prefeito José Amauri Lenzoni (PSDB). “A produção da cultura no município aumentou demais nos últimos anos. Tínhamos deixado de produzir, mas agora voltou com tudo. Felizmente é algo que realmente podemos perceber, esse crescimento nas exportações”, comenta.

À reportagem, o chefe do Executivo ainda fala de uma boa prospecção para 2019, que pode superar 2018. “Tem tudo para dobrar. E a gente fica feliz, porque cidade pequena vive de agricultura. Além disso, podemos mostrar que não é só a cana e o gado que têm vez”, pontua.

SAIBA MAIS

Houve casos que queda foi de 100%. Nessa situação, o cenário mostra que alguns municípios nem chegaram a realizar algumas operações de um ano para o outro, não registrando, assim, nenhum saldo. A ocasião pode ser vista nos seguintes municípios: Mariápolis, Panorama, Santa Mercedes e Tarabai. Para a administração municipal de Panorama, o resultado foi “preocupante”, pois em 2017 o superávit foi de US$ 255.173,00, enquanto em 2018 foi zerado.

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SALDO DA BALANÇA COMERCIAL
Municípios 2017 2018 Variação do saldo (%)
Exportação (US$) Importação (US$) Saldo (US$) Exportação (US$) Importação (US$) Saldo (US$)
Adamantina  R$     31.950.304,00  R$        624.001,00  R$     31.326.303,00  R$     18.353.624,00