Após ser convidado para assumir a Secretaria Municipal de Relações Institucionais, o vereador Rogério Rufino Galindo Campos (PSDB) será empossado amanhã, no gabinete da Prefeitura de Presidente Prudente. O político recebeu o convite do próprio prefeito, Nelson Roberto Bugalho (PTB), em uma sessão ordinária realizada na Câmara Municipal. Com a troca de função, o cenário pode influenciar nos votos referentes à denúncia contra o chefe do Executivo, acatada pelo Legislativo na última segunda-feira.
No dia em que foi convidado pelo prefeito, o vereador apostou que a escolha ocorreu por conta do trabalho desenvolvido junto à Câmara e ainda salientou que está “sempre disposto a contribuir com a política” e que “tenta fazer um acerto cada vez melhor” entre ambos os poderes, como foi divulgado por O Imparcial. Galindo pretendia se reunir com os líderes do Partido da Social Democracia Brasileira para discutir a proposta. Tudo ocorrendo bem, a previsão era que fosse nomeado amanhã. O que foi confirmado pela Prefeitura.
Agora que a situação se concretiza, na tarde de ontem, o parlamentar voltou a ser questionado sobre como a decisão de permanecer ou não no Legislativo poderia influenciar na votação da CP (Comissão Processante), referente ao pedido de cassação de Bugalho. Galindo argumenta que a decisão foi feita a partir da reunião com seu partido e diz que não vê nenhum problema em sair da casa de leis. “Eu aceitei o pedido devido ao que o próprio prefeito me solicitou, com a intenção de reforçar a ligação e a relação entre os poderes, além de atender as demandas dos vereadores”, explica.
Na ocasião em que houve a votação para acatar ou não a denúncia contra Bugalho, Galindo foi o único que votou a favor do chefe da administração municipal. A reportagem lembrou a situação a ele e o perguntou se esse lado contrário ao Legislativo tem a ver com o convite feito para assumir a secretaria. “Jamais, sem possibilidade alguma que isso influenciou. Eu votei conforme minha convicção”, respondeu o vereador.
Ademais, ele arriscou a dizer que acredita que a situação atual não passou de um “equívoco de informações”. Por fim, o político reconhece que isso não tira a razão dos vereadores, que estão “em pleno direito de suas funções, de fiscalizar o Executivo”. Para ele, em mais dias ou menos dias tudo será resolvido em favor da população prudentina.
E meio à saída do vereador, quem assume a cadeira vaga da Câmara é o Wellington Bozo (PSDB), que já atuou na função, mas recentemente foi retirado do cargo após o retorno do ex-deputado federal Izaquel Silva (PSDB).
Comissão Processante
Uma vez que o cenário pode influenciar nos votos referentes à denúncia contra Bugalho, desde anteontem, a CP tem até cinco dias para elaborar a peça acusatória e notificar o prefeito. “Após a notificação, o chefe do Executivo terá o prazo de dez dias corridos para apresentar sua defesa e arrolar até oito testemunhas, conforme dispõe o Inciso XIII, do Artigo 73-A da Lei Orgânica do Município (LOM)”, conforme a Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal.
E após o recebimento da defesa, ai que os próximos passos podem ocorrer, como supostas oitivas, por exemplo. Na tarde de ontem, o Legislativo relata que houve a tentativa de protocolar a denúncia na Prefeitura, entretanto, o prefeito não foi localizado.
Depois da notificação do acusado, inicia-se o prazo de até 90 dias para a conclusão dos trabalhos pela Comissão Processante.
