As rodovias da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo respondem pelo maior número de mortes em 2017. De acordo com levantamento feito por meio do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito no Estado de São Paulo), foram 80 ocorrências ante 55 verificadas em vias municipais. Onze não tiveram informações disponibilizadas. Na comparação com 2016, houve uma elevação de 21,21% no total de acidentes em rodovias, ao passo que a quantidade de vítimas fatais na zona urbana denotou uma queda de 6,77%.
O instrutor de trânsito do Sest/Senat (Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), José Alexandre Vieira, explica que o trajeto em rodovias demanda velocidades maiores. Logo, quando o acidente acontece nas estradas, consequentemente os resultados tendem a ser mais graves. Já na cidade, os percursos são mais curtos e, normalmente, os usuários estão em melhores condições físicas. “Somado à velocidade, o cansaço do condutor influencia diretamente nesse aspecto”, expõe. Outro fator observado pelo especialista é a qualidade das rodovias, que, de acordo com ele, evoluiu nos últimos anos, principalmente com a reforma da Rodovia Raposo Tavares (SP-270) e a duplicação da Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425).
Para ele, tais melhorias trarão mudanças nesses números, embora o fator segurança esteja muito ligado ao comportamento do condutor. Alexandre cita como exemplo a Raposo Tavares em perímetros urbanos, que apesar de ser “duplicada, bem sinalizada, possuir uma topografia estável”, registrou crescimento no total de acidentes assim que as benfeitorias foram promovidas. “Justamente por conta da maior segurança, vem o famoso excesso de confiança: a via é tão segurada que o motorista abusa da velocidade”, pontua.
Procurada, a Polícia Militar reiterou que não comentaria os dados apresentados por não serem de responsabilidade da corporação. A Polícia Rodoviária, por sua vez, não enviou posicionamento até o fechamento desta edição.
