Riscos da automedicação vão desde intoxicação até o óbito

Farmacêutica explica que o uso de medicação sem o conhecimento devido, pode acarretar problemas gástricos, problemas no fígado ou mesmo levar a morte

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 05/05/2019
Horário 07:21
José Reis - Uso sem orientação médica pode levar a graves doenças
José Reis - Uso sem orientação médica pode levar a graves doenças

A automedicação traz riscos à saúde, pois a ingestão de substâncias de forma inadequada pode causar reações como dependência, intoxicação e até mesmo levar a morte. A discussão em torno do tema reforça a importância de utilizar os medicamentos corretamente e fazer o descarte adequado. De acordo com a farmacêutica Mariana Volpe Merotti, o uso de medicamentos sem orientação médica e farmacêutica pode levar a graves doenças futuras. “Hoje a pessoa pode tomar o fármaco sem prescrição e te fazer bem, ou seja, ela se sente melhor sobre os sintomas que tinha e com isso continuará fazendo o uso dele sem o conhecimento devido, o que pode acarretar problemas gástricos, no fígado, ou mesmo levar a morte.”, explica. O tema reforça o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, comemorado hoje.

A data foi criada para alertar a população quanto aos riscos à saúde causados pela automedicação. O objetivo é ressaltar o papel do uso indiscriminado de medicamentos e a automedicação como principais responsáveis pelos altos índices de intoxicação por remédios. Quanto a este assunto, o grande lema é - meu vizinho tomou, foi bom, eu vou tomar também - afirma a farmacêutica. Outro fator prejudicial à saúde, com o uso inadequado, é o paciente tomar por três dias a medicação prescrita e guardar o restante. “Isso acontece muito com os antibióticos de tratamento de sete dias e com a sobra de medicamentos, ao sentir novamente os mesmos sintomas, a pessoa muitas vezes usa o restante, o que pode gerar uma resistência bacteriana a qual antibióticos mais simples, de aspectos menores, não conseguirão fazer mais os efeitos desejados. Logo, precisará de outros fármacos mais fortes, acarretando assim, mais fatores prejudiciais a saúde”.

Atualmente há remédios que podem ser consumidos sem prescrição médica ou farmacêutica, porém, o que não pode ser dispensada é a orientação dos profissionais. Segundo a farmacêutica, os medicamentos sem prescrição médica chamados de MIP (medicamentos isentos de prescrição), são aqueles que não contêm a tarja vermelha, os quais farmacêuticos podem estar prescrevendo ao paciente e dando orientações. Já quanto às medicações com receitas médicas, o recomendado, além da orientação, é busca sempre realizar a dispensação de acordo com o que o paciente precise para tratamento da doença ou sintoma, isso porque a sobra de medicamentos leva o paciente a dosagens extras sem os devidos cuidados. “O que é muito corriqueiro é que com a sobra, o vizinho reclama desta mesma dor e acontece o compartilhamento de medicação sem nenhum tipo de prescrição ou acompanhamento”, considerado indevido, segundo a profissional.

Conscientização

O uso de medicação incorreta vai muito da conscientização da pessoa, afirma Mariana. Então, se ela não parar para pensar que uma medicação é uma droga e que pode fazer mal com o uso inadequado, irá sempre prejudicar a própria saúde. “Se a pessoa não conseguir se conscientizar por si só que a quantidade em excesso de medicamento está causando problemas para ela, tanto em curto prazo, quando a longo, ela irá precisar de acompanhamento profissional para ajudar no tratamento muitas vezes psicológico”.

A farmacêutica reforça que, por este motivo, muitas pessoas vivem com a saúde fragilizada, pois muitas das patologias podem ser acarretadas pelo uso de medicamentos tomados de forma errada. “Têm medicamentos que o médico prescreve de 8/8horas e o paciente quer tomar todos de uma vez porque acredita que fará o efeito mais rápido, e não é assim que funciona. Os remédios possuem doses diárias, que se tomadas além, podem levar a uma intoxicação; e toda quantidade a mais tomada estará prejudicando os órgãos do corpo, o que faz com que o remédio não faça o efeito que é necessário”.

O recomendado para todo tipo de medicação, segundo Mariana, é que o paciente necessita de orientação médica ou atenção farmacêutica, que recomendará a medicação suficiente para o tratamento e acaso não melhore, recomenda que volte ao médico para identificar o que pode estar associado à doença ou sintoma.

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