Quando posou para a foto, junto do esposo, do filho e da filha, a dentista aposentada de Presidente Prudente, Silvia Aparecida Arraval Arrabal, 58 anos, chegou a se emocionar, pois há alguns anos, nem sequer imaginava que seu maior sonho iria se realizar: o de gerar os filhos do próprio ventre. O desejo só se fez real a partir das técnicas de reprodução assistida, no caso de Silvia e do professor e acupunturista José Ricardo Arrabal, 55 anos, a fertilização in vitro.
Silvia casou-se com Ricardo aos 49 anos de idade, quando já estava na menopausa, momento em que todos os óvulos da mulher já se esgotaram. O casal decidiu que procuraria um ginecologista para serem orientados. O médico foi taxativo ao dizer que, no caso deles, a única solução era a fertilização in vitro com doação anônima de óvulos.
A LEI BRASILEIRA
COMO ENTRAVE
Sílvia e Ricardo procuraram um especialista em reprodução humana, entretanto, as coisas se tornaram mais difíceis do que pareciam ser. A Justiça estava impedindo que o casal realizasse o grande sonho. “A lei no Brasil não permitia que mulher acima de 50 anos fizesse esse procedimento”, relata. A situação só se resolveu, quando o advogado responsável pelo caso descobriu que uma cláusula da referida lei dizia que a mulher que havia iniciado o tratamento antes dos 50 anos poderia dar término ao procedimento, e este era o caso de Sílvia.
FERTILIZAÇÃO IN
VITRO E GRAVIDEZ
Os espermatozoides utilizados foram de José Ricardo, os óvulos foram doados de forma anônima, e o ventre, de Sílvia Aparecida. “Foram colocados só dois embriões. Os dois vingaram, vieram gêmeos, e estão aí, graças a Deus”, afirma sorridente o esposo.
Foram 36 semanas de gestação, segundo o casal, muito tranquilas, mas com algumas restrições devido à idade da parturiente: Sílvia quando teve os bebês tinha 54 anos.
NASCERAM OS GÊMEOS,
SAUDÁVEIS E FELIZES
Miguel e Rafaela vieram ao mundo muito saudáveis, estão na escola desde os dois aninhos, e de acordo com os pais são bastante inteligentes. Atualmente, as crianças estão com quatro anos, são ativas, brincalhonas e felizes.
A verdade é que a vida do casal agora é outra, tem uma alegria maior de viver, de seguir fazendo o possível e o impossível para garantir aos tão desejados filhos, um presente estável e um futuro brilhante. “É a continuidade da vida. Os filhos são heranças de Deus para os pais”, diz Sílvia, com um sorriso estampado no rosto.
