Representantes de instituições religiosas falam sobre real sentido do Natal

“Jesus nasceu, se fez um de nós, humano, exceto na condição do pecado. É isso que celebramos nessa data tão festiva e especial”, expõe padre Everton.

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 24/12/2018
Horário 05:52
José Reis
José Reis

“Expressão do amor que Deus tem por nós. Natal quer dizer nascimento de Jesus Cristo, filho de Deus. Graças ao sim de Maria, a humanidade pode conhecer o Salvador, o Redentor, o Libertador, Jesus, nosso Deus e Senhor”. Dessa maneira, o pároco da Nossa Senhora Mãe da Igreja (Seminário), padre Everton Aparecido da Silva explica aos leitores católicos qual o real significado desta data festiva de 25 de dezembro.

“Jesus nasceu, se fez um de nós, humano, exceto na condição do pecado. É isso que celebramos nessa data tão festiva e especial. O mistério da encarnação de Deus que veio justamente para nos redimir, nos salvar. Deus fez isso porque nos ama. Como ele nos fez? Através de Maria, uma mulher simples e humilde que disse sim ao pai, por isso então somos convidados a fazer do nosso coração uma verdadeira manjedoura para que este menino possa nascer mais uma vez no meio de nós e nos transformar, nos converter!”, exclama o padre.

Conforme o religioso, o verdadeiro sentido do Natal é isso, celebrar este mistério da encarnação do filho de Deus no meio da humanidade. “O chamado dessa celebração, atualizada, é justamente isso: que nosso coração seja essa manjedoura para que o Menino deus, o deus Menino renasça em nós e em toda a humanidade”, complementa.

 

“A maioria das igrejas cristãs, católicas e evangélicas tem aproveitado esse período para reforçar essa mensagem da alegria da salvação, da vida que Jesus veio para comunicar ao mundo”

Nivaldo César de Moraes Pirondi

presidente do conselho de pastores

 

Segundo o presidente do Conselho de Pastores, Nivaldo César de Moraes Pirondi, 54 anos, e pastor da Nova Jerusalém, do Ana Jacinta, o Natal é uma tradição cristã muito antiga que data do terceiro século, mais ou menos no ano de 300, quando os cristãos passam a ter um dia especial para celebrar o nascimento do Senhor Jesus. De acordo com ele, na Bíblia Sagrada, o livro da fé, o livro cristão, essa data não é definida, portanto, 25 de dezembro é uma convenção social religiosa feita por esses cristãos lá no século 3 para homenagear a chegada de Cristo na terra.

Desde então, século após século os cristãos celebram isso de forma muito alegre, promovendo a confraternização entre as pessoas. “Na verdade a chegada de Jesus ao mundo representa uma mudança radical na história da humanidade. Tanto é que o calendário ocidental é representado a.C [antes de Cristo)] e d.C [depois de Cristo]. Então obviamente que seu nascimento é um marco para a humanidade!”, exclama o pastor.

 

Tempo de alegria

Pastor Nivaldo lembra que no começo do primeiro século a fé cristã foi muito perseguida. Muitos cristãos foram mortos. Mas, por volta do ano 350/380 o Império Romano já estava cristianizado. Conforme ele, os imperadores decidiram ter o cristianismo como a religião oficial do Império. E para atender esse desejo de honrar a chegada do Senhor resolveram adaptar algumas festas antigas que eram comuns naqueles dias, como uma em homenagem ao deus sol, que acontecia exatamente nesse período de dezembro. Desde então, de maneira geral os cristãos celebram essa data.

Agora se for olhar para o contexto bíblico, que segundo o pastor é o que interessa de fato, quando o Senhor Jesus nasce lá em Belém existe uma história diz que ali tinham alguns pastores cuidando de suas ovelhas quando apareceram anjos e anunciaram boas novas de grande alegria. Então, para o pastor o Natal representa uma boa notícia. Uma noite de alegrias, de celebração porque chegou ao mundo o Salvador dele. Jesus nasce em um contexto de muita dificuldade. Não havia lugar para Maria e José nas hospedarias então eles procuram e encontram um canto simples, humilde onde o Menino Jesus nasceu (embora segundo ele não se sabe a data exata que isso ocorreu, pois é apenas uma tradição religiosa).

“E a partir de toda aquela simplicidade Ele nasce para se tornar o enviado de Deus Pai. Natal é isso, o amor de Deus pela humanidade. E a maioria das igrejas cristãs, católicas e evangélicas tem aproveitado esse período para reforçar essa mensagem da alegria da salvação, da vida que Jesus veio para comunicar ao mundo. O que tem acontecido muito é que muitas vezes aquele que deveria receber o presente, ser homenageado, que é Jesus, tem ficado em segundo plano, e até esquecido. Esse espírito de amor, solidariedade deveria ser vivido durante todos os dias. Não adianta o menino9 Jesus nascer em Belém se ele não nascer em nosso coração”, destaca pastor Nivaldo.

 

Momento de reflexão

Ivan Alves, 62 anos, presidente da Usei (União das Sociedades Espíritas Intermunicipal) de Presidente Prudente expõe que de maneira geral os espíritas não são diferentes das outras pessoas, ou seja, possui os  mesmos sentimentos, a mesma concepção das situações ao seu redor, e do ponto de vista das festividades, como o Natal, por exemplo, participam normalmente porque é algo tradicional da cultura do país.

“E inserido nessa sociedade não pode ficar alheio a isso. O que ocorre é que o espírita não se ilude. Nós sabemos que na realidade o dia 25 é um dia interessante para se fazer uma reflexão a respeito da mensagem que o aniversariante trouxe para nós. Ele não pregou religião, não pregou o ódio, mas sim o amor a Deus e ao próximo [tanto que Ele conversava com Deus]. Ele ensinou que devemos fazer para o outro o que queremos para nós mesmos. independente de religião, o Natal é uma data em que temos a obrigação de fazermos uma reflexão de qual é o rumo que estou dando para a minha vida? Para a minha alma?”, acentua o presidente.

Ivan explica da seguinte forma. “Se você acredita na alma, que temos uma alma que é imortal, se meu corpo vai morrer e vou voltar para o plano espiritual então preciso durante minha passagem pelo plano físico alimentar as duas coisas: meu corpo e também meu espírito, para que ao voltar ao plano espiritual esteja preparado, alimentado, repleto de boas obras e ações. Esse é o momento então de se perguntar: o que estou fazendo para quando chegar do outro lado esteja com meu espírito e minha alma fortalecidos e a consciência de dever cumprido?”, orienta o espírita.

 

 

 

 

 

Publicidade

Veja também