Região tem mais celulares que pessoas

Dados da Anatel apontam que mais de 1 milhão de acessos a redes móveis existem na 10ª RA, dos quais, mais da metade se concentram em Presidente Prudente, cerca de 600 mil

REGIÃO - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 10/01/2020
Horário 04:00
Isadora Crivelli - Luiz não possui telefone fixo, resolve tudo pelo telefone celular
Isadora Crivelli - Luiz não possui telefone fixo, resolve tudo pelo telefone celular

Os números mais recentes disponibilizados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), de novembro de 2019, apontam que os 53 municípios da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado, da qual é cidade polo Presidente Prudente, acumulam 1.075.900 linhas de telefones móveis, ou seja, mais de um milhão de celulares, número que supera em cerca de 180 mil a população regional, estimada em 895.426 pessoas, de acordo com levantamento divulgado em 1° de julho de 2019 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).

A única cidade cujo número de celulares é maior que o número de munícipes, e por consequência, que alavanca os números de todo o oeste paulista, é Presidente Prudente, que com seus 228.743 habitantes possui quase 600 mil linhas móveis, o que pode ser explicado pelo fato de Prudente ser o centro regional e abrigar muitas empresas, que, por sua vez, possuem celulares próprios. A tese é evidenciada pelo dado, o qual demonstra que mais de 200 mil linhas na capital regional são posse de pessoas jurídicas.

Outra situação clara é o aumento vertiginoso do número de linhas. Os dados da Anatel que comprovam são os comparativos entre novembro de 2009 e 2019 na área do código 18 (que além da região de Prudente, abriga as regiões de Araçatuba e Assis). Em 2009 existiam 1,6 milhão de telefones celulares nas regiões, número que cresceu 43,75% em 10 anos, atingindo na última contagem 2,3 milhões de aparelhos.

Por que, afinal, o celular é tão atrativo e cresceu tanto nos últimos anos? O povo, que vive a realidade dos novos tempos, arriscam palpites. O barman Luiz Carlos da Silva Moreno, 38 anos, admite ser difícil viver sem o aparelho, e relaciona isso à viabilidade, que vai desde o uso para o trabalho, até a facilidade de ter a internet na palma da mão. “Antigamente tínhamos que ir para a lan house, hoje em dia está na palma da mão”.

Já a mestranda em Química, Luana Passamoto, 26 anos, que caminhava ouvindo músicas em seu fone de ouvido no calçadão de Prudente, identificou as situações sociais que englobam a relação humana com o celular. “Eu acho que com a globalização nos tornamos dependentes destes mecanismos, naturalmente você acaba contaminado”, afirma.

ESPECIALISTA EXPLICA

A TENDÊNCIA SOCIAL

O professor da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) e analista de sistemas, Eduardo Henrique Rizo, 42 anos, aponta dois motivos para o rápido aumento do número de celulares: o primeiro relacionado às facilidades que o aparelho propicia, tendo em vista que possibilita o desenvolvimento das novas formas de comunicação. “Só a comunicação falada não cumpre mais as necessidades, as pessoas querem enviar fotos, arquivos e de forma rápida”, destaca.

Outro motivo é o barateamento das tecnologias. Os últimos 10 anos, ele diz, é muito tempo para a evolução tecnológica, que, por sua vez, causou a diminuição de preços e custos. “A disponibilização de rede 3G, 4G, por exemplo, em 10 anos evoluiu muito em potência de transmissão, por vezes, sendo melhor que as rede wi-fi, ao mesmo tempo em que se tornou mais barata e acessível, e, junto aos pacotes ilimitados, tornando-se mais vantajoso que o telefone fixo”, conclui.

Comparativo de acessos, densidade e populações da 10ª RA

CIDADES

ACESSO 11/2019

DENSIDADE (acessos/100 hab) 11/2019

POPULAÇÃO 07/2019

Adamantina

30,9 mil

88,9

35.068

Alfredo Marcondes

3,4 mil

82,8

4.166

Álvares Machado

18,4 mil

74,1

24.915

Anhumas

2,9 mil

71

4.115

Caiabu

2,8 mil

65,8

4.191

Caiuá

2,5 mil

42,5

5.874

Dracena

39,4 mil

84,7

46.793

Emilianópolis

2,2 mil

70

3.214

Estrela do Norte

2,0 mil

72,8

2.766

Euclides da Cunha Paulista

5,0 mil

52,6

9.371

Flora Rica

1,2 mil

79,9

1.464

Flórida Paulista

7,9 mil

54,8

14.640

Iepê

5,6 mil

68,8

8.159

Indiana

3,9 mil

78,7

4.885

Inúbia Paulista

2,7 mil

68,5

3.991

Irapuru

5,0 mil

60,4

8.294

Junqueirópolis

14,8 mil

72,3

20.679

Lucélia

15,0 mil

69,6

21.747

Marabá Paulista

2,2 mil

37,5

5.853

Mariápolis

2,6 mil

64,4

4.084

Martinópolis

19,2 mil

73

26.461

Mirante do Paranapanema

10,6 mil

58,2

18.259

Monte Castelo

2,9 mil

68,9

4.166

Nantes

1,8 mil

57,4

3.141

Narandiba

4,4 mil

91,2

4.857

Nova Guataporanga

1,5 mil

67,1

2.316

Osvaldo Cruz

25,5 mil

77,9

32.879

Ouro Verde

5,5 mil

65,14

8.562

Pacaembu

7,8 mil

55,3

14.197

Panorama

10,3 mil

65,7

15.777

Pauliceia

5,3 mil

72,9

7.366

Piquerobi

2,5 mil

67,8

3.692

Pirapozinho

21,4 mil

78,4

27.527

Pracinha

1,0 mil

26,4

4.093

Presidente Bernardes

12,1 mil

91,4

13.106

Presidente Epitácio

30,8 mil

70,1

44.200

Presidente Prudente

595,5 mil

184,7

228.743

Presidente Venceslau

30,1 mil

76,2

39.516

Rancharia

24,4 mil

82,1

29.707

Regente Feijó

15,6 mil

77,4

20.261

Ribeirão dos Índios

1,6 mil

70,9

2.225

Rosana

6,4 mil

37,4

16.643

Sagres

1,6 mil

65,3

2.432

Salmourão

3,2 mil

59,9

5.300

Sandovalina

3,0 mil

69,9

4.302

Santa Mercedes

2,1 mil

71,1

2.939

Santo Anastácio

17,1 mil

81,9

20.878

Santo Expedito

2,7 mil

88,7

3.111

São João do Pau d'Alho

1,7 mil

78,4

2.105

Taciba

4,4 mil

70,3

6.285

Tarabai

4,9 mil

65,8

7.468

Teodoro Sampaio

18,2 mil

79,3

23.148

Tupi Paulista

10,4 mil

67,4

15.495

TOTAL

1.075.900

71,2 (Média)

895.426

Fontes: Anatel e IBGE

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