Atualmente, no denominado DDD (18), 103 produtores se dedicam à meliponicultura. O dado foi divulgado ontem, no 1º Encontro de Meliponicultores da região de Presidente Prudente. A temática do evento, por sua vez, foi constituída por assuntos essenciais para o manejo adequado de colmeias de abelhas sem ferrão, bem como o entendimento no comportamento e estilo de vida desses insetos. O evento foi promovido pelo Unobee (Grupo de Pesquisa com Abelhas) da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), em parceria com a Fundação Educacional de Andradina.
Diferente da apicultura, em que a criação de abelhas é destinada para a produção do mel, na meliponicultura a produção de enxame, em sua maioria de insetos híbridos, é dedicada especialmente para a polinização de 70% das espécies de plantas, e preservação da espécie nativa. É que o explica a zootecnista Cássia Regina Gomes. “Não é que elas produzem pouco mel, é que o enxame é pequeno, mas tem alto valor comercial. O custo de um litro de mel de jatai [espécie de inseto usado na meliponicultura] é de R$ 150. Além disso, uma caixa produz cerca de 700 ml por ano”. No entanto, segundo a zootecnista, na região, a principal cultura se destina à criação de enxames, com comercialização local.
PRODUÇÃO DO
ENXAME NA REGIÃO
No Brasil, as espécies são nativas e estão presentes em todo o território nacional, isto é, as abelhas melíponas. Daí vem o termo meliponicultura, para falar da criação de meliponíneos, e meliponário, para se referir ao local onde esses insetos são criados, geralmente agrupados em caixas horizontais. Atualmente, existem aproximadamente 300 espécies de abelhas nativas catalogadas em nível de federação, mas existem os insetos dos biomas, ou seja, das regiões. “Aqui na região, a mais comum é a jatai, que existe em todo território nacional, mas também temos a mandaguari, irai, produzidas naturalmente”, explica Cássia.
E para agregar conhecimento aos produtores locais, a programação do evento contou com a presença da palestrante da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Carolina Matos. Em seu discurso, ela abordou a legislação que deve ser cumprida para exercer a meliponicultura, ao se tratar de insetos silvestres. “Hoje temos abelhas nativas que basicamente só são encontradas com produtores, porque na natureza está cada vez mais difícil de encontrá-las”.
O produtor Antônio Macieira de Almeida, 36 anos, de Presidente Venceslau, trabalha com a atividade há aproximadamente 15 anos, com um legado que iniciou com seu pai, Antônio Mendonça de Almeida. A principal atividade hoje, na propriedade da família, diz respeito à produção e comercialização das abelhas.