Região fecha 300 postos de trabalho em setembro

Nível de emprego industrial divulgado ontem mostra que alguns setores influenciaram o resultado, como o alimentício e de móveis

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 18/10/2018
Horário 04:49

Foi divulgado na tarde de ontem, por meio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), o nível de emprego industrial do mês de setembro, e os números para a Diretoria Regional do Ciesp em Presidente Prudente apresentam a queda de 300 postos de trabalho no período, sendo que a variação fechou negativamente em 0,7%. Para o diretor regional do Ciesp/Fiesp em Presidente Prudente, Wadir Olivetti Júnior, os números já eram esperados, são um reflexo do que ocorre em todo o país e precisam ser melhorados. “Não podemos chegar no fim do ano com números ruins, esse cenário precisa ser revertido, caso contrário, podemos iniciar o ano de 2019 pior do que entramos o de 2018”.

O nível de emprego industrial retrata o cenário de 65 municípios atendidos pela regional de Presidente Prudente e apesar dos números negativos para o mês de setembro, o acumulado do ano apresenta uma variação positiva de 2%, o que representa o aumento de aproximadamente 800 postos de trabalho, valor que se torna ainda mais expressivo se analisados os últimos 12 meses, quando o acumulado é de 2,71%, mas com uma queda de 1.150 postos de trabalho.

Ainda segundo a pesquisa, o mês de setembro foi influenciado pelas variações negativas dos setores de produtos alimentícios (-1,06%); coque, petróleo e biocombustíveis (-1,61%), móveis (-2,27%) e artefatos de couro, calçados e artigos para viagem (-2,20), já que teriam sido os que mais influenciaram o cálculo para o indicador total da região. Segundo o diretor regional do Ciesp/Fiesp, a região, como boa parte do Brasil, ainda sofre com as consequências de uma crise “prolongada”, que pode ter sido agravada com a greve dos caminhoneiros.

“Tudo isso vem piorando a situação financeira do país e, consequentemente, os negócios, como o das indústrias. Desta forma, acaba-se perdendo a mão de obra, o que é muito ruim, mas esperamos que o cenário seja retomado em breve, para evitar um início de ano ainda pior”, esclarece. Já sobre os setores que se destacaram para os números negativos, Wadir lembra que o de coque, petróleo e biocombustíveis, por exemplo, está ligado ao consumo do petróleo, já que teria sofrido uma retração em relação ao consumo, resultado do aumento dos preços. “Já o setor de alimentos, também agravado pela diminuição do consumo pelos altos preços, pode ter sido influenciado ainda por uma leve queda no mercado internacional, como na venda do açúcar”.

O presidente do Sindetanol (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e Fabricação de Álcool, Etanol, Bioetanol e Bicombustíveis de Presidente Prudente e Região), Milton Ribeiro Sobral, sobre o setor que representa, afirma que os números já eram esperados, visto que setembro é o período em que se iniciam as demissões para o término das safras das usinas. “Isso, mesmo sendo algo negativo, está dentro da normalidade por ocorrer todos os anos. Pode ser que os números aumentem em outubro, pois é quando os últimos funcionários serão dispensados, já que a empresa não precisa mais de todos os colaboradores”. Os números tendem a reagir novamente a partir de abril do próximo ano para o setor.

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