A geração de postos de trabalho no setor das indústrias teve uma queda de aproximadamente 100 vagas, no mês de setembro, e apresentou resultado negativo, de acordo com o Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). O levantamento foi divulgado ontem e apresenta ainda que, nos últimos 12 meses, o acumulado é de -6,74%, o que representa uma queda de 2.950 postos de trabalho.
A região analisada compreende a Diretoria Regional do Ciesp em Presidente Prudente, que é composta por 65 municípios, e revela que, no ano, o setor apresenta um acumulado de 1,61%, o que representa o aumento em 650 postos de trabalho, que vai na contramão dos últimos 12 meses, que registrou o acumulado em queda de quase 7%.
O nível de emprego no mês de setembro, de acordo com o Depecon, foi influenciado na região de Presidente Prudente pelas variações negativas de coque, petróleo e biocombustíveis, com -3,85%, mas que neste mesmo mês do ano passado apresentou -1,48%; produtos de minerais não metálicos, com -6,25% no mês passado, que no ano passado, em setembro, não teve variação; e móveis, com -1,1%, mas que também não apresentou resultado negativo no comparativo com o mesmo mês com o ano anterior.
Avaliações
De acordo com o diretor regional do Ciesp/Fiesp em Presidente Prudente, Wadir Olivetti, a região segue no panorama do cenário nacional, que “patina bastante”, principalmente nos segmentos que mais engrenam, como etanol e açúcar e construção civil. “Este já era um resultado esperado, por conta da instabilidade que o país enfrenta”, ressalta. Conforme Wadir, escândalos políticos e financeiros influenciam diretamente nos resultados apresentados pelo levantamento, já que esses setores são os responsáveis pela geração de empregos.
Ao avaliar as áreas que tiveram o desempenho negativo, o diretor diz que a construção civil, por exemplo, sofre com o término de muitas obras e falta de reposição, já que novos empreendimentos não passam por investimentos. “Já o setor de móveis, que teve classificação em -1,1%, tem ligação direta com a construção civil, e isso mostra que a queda em um ramo pode influenciar os demais”.
Wadir comenta que o setor de açúcar e etanol, representado pelo coque, petróleo e biocombustíveis (-3,85%), é um dos que deveriam estar em “plena empregabilidade”, mas apresenta realidade oposta. “Neste quesito entra a influência da instabilidade política”, ressalta.
Postos de emprego
O proprietário da empresa Faita Móveis, de Presidente Prudente, Sérgio Luiz Faita, afirma que não abre nenhum novo posto de trabalho desde o início de 2016 e atribui a baixa perspectiva de aumento no quadro de funcionários à diminuição de serviços. “O movimento caiu muito em menos de um ano. Sem trabalho, não há como contratar novos funcionários e isso influencia na queda na geração de vagas”, afirma. Sérgio diz ainda que espera um aquecimento nas vendas com a aproximação do fim do ano e não desanima quando o assunto é a melhora na economia.
Já o engenheiro responsável pela Pedreira Conquista, Igor Martins, do Grupo Jomane, que se enquadra no setor de produtos de minerais não metálicos (-6,25%), afirma que a empresa seguiu na contramão dos dados regionais, já que no mês passado o quadro de funcionários passou por um aumento. “Contratamos cinco pessoas em setembro e acredito que o nosso setor, por causa das recentes obras em rodovias próximas, foi beneficiado”, comenta.
NÚMEROS
100
postos de trabalhos foram fechados em setembro
2.950
é a queda de postos de trabalho no acumulado em 12 meses
-6,25%
é a variação negativa dos produtos minerais não metálicos
-3,85%
é a variação do coque, petróleo e biocombustíveis
-1,1%
foi a variação negativa no setor de móveis