Rede municipal de saúde atende 12.994 diabéticos

Ao todo, são 7.511 mulheres e 5.483 homens; para especialista, número reflete maior adesão delas aos exames preventivos

PRUDENTE - IZABELLY FERNANDES

Data 14/11/2018
Horário 05:41
José Reis - Fábio convive há 10 anos com a diabetes: “Não é fácil”
José Reis - Fábio convive há 10 anos com a diabetes: “Não é fácil”

Atualmente, Presidente Prudente conta com 12.994 pacientes diabéticos atendidos na rede municipal de saúde, sendo 7.511 mulheres e 5.483 homens. De acordo com o endocrinologista Simão da Silva Bastos Neto, isso ocorre, pois o público feminino se submete com mais frequência aos exames preventivos, diferentemente do gênero masculino. Além disso, segundo o especialista, cerca de 40% dos diabéticos não sabem que possuem a doença, parcela que abrange a maior parte dos homens. Hoje é lembrado o Dia Mundial do Diabetes.

Já o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo informa que, de janeiro a outubro deste ano, foram realizados 853 atendimentos a diabéticos, e que no mesmo período do ano passado, foram 901 atendimentos. Em nota, a Santa Casa de Misericórdia informou que na unidade não são realizados diagnósticos de doença, pois o hospital presta somente o atendimento a pacientes com complicações causadas pela enfermidade.

A Secretaria Municipal da Saúde informa que “tem disponível a todos os pacientes com diagnóstico de diabetes, consulta médica, exames laboratoriais periódicos para monitorar o quadro clínico, além de grupos de educação em saúde”. “Lembrando que as insulinas são fornecidas pelo Ministério da Saúde e os medicamentos orais e insumos como seringas, agulhas e fitas para monitoramento da glicemia capilar, são ofertados pelo município”.

Na manhã de ontem também foi realizada a quarta edição do evento Prevenção em Alusão ao Dia Mundial do Diabetes, organizado pela equipe da UBS (Unidade Básica de Saúde) da Cohab. Como forma de conscientização da população, o momento contou com palestras de uma equipe multiprofissional, como a endocrinologista Carolina Rocha Betônico, além de exames, entrega de insumos aos pacientes já cadastrados e atividades do Núcleo de Educação Continuada e Permanente da Secretaria Municipal de Saúde. Conforme Meire Tolosa, gerente da unidade, os profissionais envolvidos têm como meta trabalhar a educação e a prevenção da doença, além de orientar os portadores no controle do diabetes.

Sobre a doença

De acordo com o endocrinologista Simão da Silva Bastos Neto, existem dois tipos de diabetes, o tipo 1 e o tipo 2. O primeiro possui mais atuação em pessoas jovens e crianças, e se desenvolve através de um anticorpo que age sobre o pâncreas, fazendo com que o órgão pare de funcionar quase em totalidade, perdendo a capacidade de produzir insulina e aumentando a glicose no sangue. Já o tipo 2, o especialista explica que possui mais propensão em adultos, idosos e obesos, principalmente com a incisão de fatores genéticos, que faz com que o pâncreas possua dois defeitos: não fabricar a quantidade correta de insulina e o pouco que fabrica não funciona de forma adequada no organismo, aumentando o índice de açúcar no sangue.

Simão fala que o diagnóstico pode ser feito através de um exame de sangue, para a aferição do nível de glicose, ou até mesmo pode ser percebido através de sintomas ocasionais, como a ingestão demasiada de água, que só é confirmada também através do exame de sangue. “Uma pessoa com nível adequado de glicose possui um valor inferior a 99mg/dl. Já entre 100mg/dl e 125 mg/dl, a pessoa já é considerada pré-diabética. Acima deste valor, já pode ser confirmado que o paciente possui a doença”, explica.

O diabetes é considerado uma doença sem cura, mas, conforme o endocrinologista, se for tratado corretamente, o paciente pode conviver livre de complicações. “O tipo 1 só pode ser tratado através do uso da insulina. Já o tipo 2, na fase inicial, só são utilizados os medicamento, junto com uma mudança de hábitos alimentares e exercícios físicos. Porém, com o tempo, o paciente também pode precisar de insulina”, afirma. Além disso, o médico destaca que o monitoramento da glicose é fundamental para que a doença seja controlada.

Caso não seja efetuado um bom tratamento, Simão explica que a doença pode levar a sérias consequências. “A luta contra a diabetes é decisiva, principalmente para prevenir doenças cardiovasculares, pois hoje a maior causa de mortalidade referente a isso está ligada a fatores de complicações da diabetes”, destaca. Além disso, o especialista afirma que a doença mal tratada pode acarretar derrames, alterações renais e insuficiência renal, alterações oftalmológicas, circulatórias e queda na imunidade.

Convivendo com a doença

O mecânico de manutenção, Fábio Rodrigues dos Santos, 41 anos, convive com a doença há cerca de 10 anos. Ele conta que descobriu quando precisou fazer exames para realizar uma cirurgia no joelho. “Não me surpreendeu muito, pois a minha família toda já teve, por isso eu sei que é genético”. Ele fala que precisou mudar completamente seus hábitos alimentares, evitando alguns alimentos prejudiciais. “Não é muito agradável conviver com ela [diabetes], pois tem cercas coisas que não podemos comer. Às vezes tenho mais apetite e não posso comer mais”, explica. Além disso, ele conta que é difícil verificar quando o nível de glicose está irregular. “Quando está muito baixo, a gente consegue sentir pela fraqueza no corpo, mas quando está alto, fica silencioso”, afirma.

SAIBA MAIS

Ainda neste ano, em parceria com o projeto Fundo de Olho, a Prefeitura de Presidente Prudente irá realizar o primeiro mutirão do diabetes, no dia 24 de novembro, das 8h às 12h, no Euromarket, onde serão ofertados atendimentos gratuitos a toda população.

Pacientes atendidos com diabetes na rede municipal de saúde
Idade Feminino  Masculino
0 a 11  36 98
12 a 21 69 84
22 a 59 2556 2175
60 a 70 2469 1734
71 a 80 1631 1019
81 a 90 656 336
90 + 94 37
Total 7511 5483
Fonte: Prefeitura de Prudente
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