Rede atende procura voluntária e encaminhamentos

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 02/12/2018
Horário 04:01
José Reis - Carolina: “População está adoecendo com mais frequência”
José Reis - Carolina: “População está adoecendo com mais frequência”

Em Presidente Prudente, a demanda captada pela Raps (Rede de Atenção Psicossocial) pode ocorrer tanto pela procura espontânea quanto por meio do encaminhamento realizado por unidades de saúde. De acordo com a assistente social da Supervisão de Saúde Mental do município, Carolina Francisca de Faria Marani, no primeiro caso, os pacientes buscam uma UBS (Unidade Básica de Saúde) em função de um quadro de depressão leve ou tristeza e acabam contemplados por um dos serviços de atenção. Por outro lado, há o direcionamento realizado por órgãos como Conselho Tutelar, MPE (Ministério Público Estadual), Tribunal de Justiça do Estado ou até mesmo unidades de saúde, onde, durante o atendimento clínico, o médico percebe a necessidade de uma avaliação psiquiátrica e conduz o indivíduo à rede.

Nos casos graves que demandam observação contínua, Carolina esclarece que a internação pode ser feita de três formas. A voluntária ocorre quando o paciente solicita esta intervenção e a equipe avalia a necessidade de atendê-lo. Já a involuntária se dá quando ocorre o oposto: o indivíduo não sente que precisa da internação, mas a família entende que o procedimento é importante naquele momento. Há ainda a compulsória, que é realizada mediante ordem judicial. “Procuramos nos valer da compulsória em última instância, pois compreendemos que todo processo de internação gera sofrimento tanto para a família quanto para o paciente e nosso objetivo é torná-lo o menos difícil possível”, expõe.

Questionada se a Supervisão de Saúde Mental observa, com o passar dos anos, um aumento no número de casos referentes a transtornos mentais, a assistente social argumenta que, de forma geral, a população está adoecendo com maior frequência. Segundo ela, a sociedade está mais imediatista e menos paciente, de modo que qualquer frustração resulta em uma situação de estresse e sofrimento. “Um exemplo simples diz respeito ao dinheiro. Ao invés de planejar o melhor momento para fazer uma compra, a pessoa recorre ao financiamento e, mais tarde, não consegue arcar com este endividamento, o que gera um impacto direto em seu bem-estar”, comenta. “Em uma sociedade onde o sentir não é levado a sério, esse indivíduo estende seu sofrimento por mais tempo e, quando a situação evolui para uma crise, ele já está no fundo do poço”, completa.

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