Se o IPRS (Índice Paulista de Responsabilidade Social) 2016 fosse um campeonato de futebol, a 10ª RA (Região Administrativa) do Estado, cuja sede é Presidente Prudente, estaria na zona de rebaixamento, uma vez que o índice mostrou que os 53 municípios do entorno, juntos, levam o título da terceira região mais pobre do Estado, sendo a 14ª de 16 regiões administrativas. Os números foram divulgados ontem, pela Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), em um encontro realizado na Câmara Municipal de Prudente. O levantamento, que chegou à sua nona edição, computa dados referentes à riqueza, longevidade e escolaridade dos municípios paulistas. Os números vão de 0 a 100 (veja tabela).
Atrás de Prudente, estão apenas as RAs de Itapeva (SP) e Registro (SP), que ocupam, respectivamente, a 15ª e 16ª posições no quesito riqueza. O presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), relaciona que, apesar do índice menor, não significa que não há uma boa gestão municipal, pois, em contrapartida, nos dados equivalentes à escolaridade e longevidade, a região se classifica à frente de muitas outras. “Nós temos aqui, na RA de Prudente, a 5ª melhor escolaridade do Estado, além de ser a 8ª melhor posicionada em longevidade. Por serem dois índices importantes, e áreas necessárias para serem levadas em conta como prioridades, há muito que ser comemorado”, analisa.
Cauê também explica que a riqueza baixa, não necessariamente implica em um município pobre. Para ele, o que pode ocorrer nesses locais, assim como em Prudente, é a “má organização e aplicação dos recursos financeiros”. “Além disso, podemos destacar a boa atuação da capital, que destoa das demais regiões, fazendo com que fiquem muito atrás. No entanto, mesmo obtendo essa classificação, os números de cada área paulista são parecidos”, completa.
Em meio à baixa colocação, o deputado estadual Ed Thomas (PSB) alerta que “o equilíbrio financeiro é o que trará um resultado maior para a região”. Pois bem, se esse “equilíbrio” não ocorre, a solução, para o presidente da Alesp, é apresentar os números das três áreas analisadas e promover a “boa competividade”, entre as regiões paulistas. “O que isso significa? Garantir bons investimentos e mais qualidade de vida nos municípios. É necessário despertar essa vontade de ser o melhor em cada local, pois quem vai ganhar é a própria administração municipal e, consequentemente, o povo, que é o grande beneficiário final disso tudo”, pontua.
Desempenho
O IPRS é um indicador inspirado no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Em sua nona edição, os dados levaram em conta o período compreendido entre os anos de 2012 e 2014. Uma vez levantados, os municípios podem ocupar cinco repartições, são eles: Grupo 1 (azul), que representa riqueza alta e escolaridade e longevidade média ou alta; Grupo 2 (verde), riqueza também alta e longevidade e escolaridade baixa; Grupo 3 (amarelo), riqueza baixa e longevidade e escolaridade média ou alta; Grupo 4 (laranja), riqueza baixa e longevidade e escolaridade médio e baixo; e Grupo 5 (vermelho), com todas áreas em baixa colocação.
Na 10ª RA do Estado, entre os 53 municípios, 25 pertencem ao Grupo 3, composto por administrações municipais com baixos níveis de riqueza e bons indicadores sociais; 20 fazem parte do Grupo 4 do IPRS, que compreende cidades com baixos índices de riqueza e apenas um dos indicadores sociais em grau inferior; o Grupo 5, por sua vez, possui sete municípios reunido por serem menos favorecidos nas três dimensões do índice; e no Grupo 1, apenas Anhumas foi a localidade com bons indicadores nas três dimensões. Cauê destaca que isso é outra novidade e “boa notícia”, pois desde o último levantamento, nenhum local da região estava no primeiro grupo. O prefeito da cidade, Genildo Ramineli (PSD), foi procurado para repercutir sobre a notícia, mas não foi localizado.
Ainda no que diz respeito aos quesitos, a riqueza está abaixo do nível estadual, a escolaridade está acima e a longevidade propõe um índice parecido, porém, um pouco maior. O presidente da Alesp ressalta que, em todos os âmbitos, desde que foi iniciado o levantamento, a região permanece crescendo, mas nunca em declínio.
SAIBA MAIS
No que compreende as áreas observadas, a riqueza é influenciada, além de outros fatores, pelo consumo de energia elétrica, rendimento médio de emprego formal e valor adicional fiscal per capita; na longevidade, são as taxas de mortalidade infantil, perinatal, de pessoas entre 15 e 39 anos e também entre 60 e 69 anos; já na escolaridade, o índice pode ser influenciado pelo percentual de alunos com atraso escolar, taxa de atendimento escolar de crianças entre 4 e 5 anos, e o desempenho de estudantes do 5º e do 9º ano, baseado em suas médias nas matérias de português e matemática.
“O IPRS é um indicador inspirado no Índice de Desenvolvimento Humano. Em sua nona edição, os dados levaram em conta o período compreendido entre os anos de 2012 e 2014”
RA DE PRESIDENTE PRUDENTE
População atual: 845,9 mil habitantes;
Densidade demográfica: 35,58 (hab./km²);
Taxa de urbanização: 89,70%;
Taxa de crescimento anual de população (2010/2014): 0,38%;
População com menos de 15 anos: 18,21%;
População com 60 anos ou mais: 15,61%.
IPRS
Município |
Riqueza |
Escolaridade |
Longevidade |
Adamantina |
35 |
62 |
77 |
Alfredo Marcondes |
31 |
66 |
85 |
Álvares Machado |
32 |
77 |
56 |
Anhumas |
44 |
66 |
73 |
Caiabu |
27 |
73 |
64 |
Caiuá |
31 |
51 |
68 |
Dracena |
36 |
63 |
67 |
Emilianópolis |
29 |
50 |
92 |
Estrela do Norte |
29 |
71 |
62 |
Euclides da Cunha Paulista |
28 |
51 |
64 |
Flora Rica |
29 |
78 |
74 |
Flórida Paulista |
33 |
50 |
57 |
Iepê |
34 |
52 |
76 |
Indiana |
27 |
57 |
74 |
Inúbia Paulista |
39 |
58 |
76 |
Irapuru |
29 |
51 |
60 |
Junqueirópolis |
39 |
67 |
71 |
Lucélia |
34 |
61 |
75 |
Marabá Paulista |
32 |
55 |
60 |
Mariápolis |
26 |
51 |
66 |
Martinópolis |
33 |
62 |
80 |
Mirante do Paranapanema |
35 |
57 |
72 |
Monte Castelo |
29 |
78 |
64 |
Nantes |
40 |
58 |
73 |
Narandiba |
38 |
56 |
83 |
Nova Guataporanga |
26 |
66 |
77 |
Osvaldo Cruz |
36 |
66 |
79 |
Ouro Verde |
30 |
66 |
60 |
Pacaembu |
31 |
53 |
74 |
Panorama |
32 |
56 |
70 |
Pauliceia |
36 |
49 |
66 |
Piquerobi |
32 |
65 |
78 |
Pirapozinho |
33 |
61 |
67 |
Pracinha |
24 |
50 |
72 |
Presidente Bernardes |
35 |
54 |
77 |
Presidente Epitácio |
36 |
53 |
64 |
Presidente Prudente |
41 |
57 |
70 |
Presidente Venceslau |
33 |
72 |
78 |
Rancharia |
38 |
63 |
65 |
Regente Feijó |
39 |
61 |
64 |
Ribeirão dos Índios |
28 |
39 |
84 |
Rosana |
41 |
51 |
71 |
Sagres |
27 |
50 |
74 |
Salmourão |
29 |
45 |
61 |
Sandovalina |
40 |
55 |
76 |
Santa Mercedes |
33 |
57 |
75 |
Santo Anastácio |
33 |
51 |
78 |
Santo Expedito |
24 |
47 |
70 |
São João do Pau D'Alho |
32 |
61 |
74 |
Taciba |
39 |
57 |
81 |
Tarabai |
29 |
54 |
60 |
Teodoro Sampaio |
35 |
56 |
59 |
Tupi Paulista |
31 |
70 |
65 |
Fonte: Alesp e Fundação Seade