RA de Prudente é a terceira mais pobre do Estado

Números foram divulgados ontem, por meio do IPRS, que analisa a riqueza, longevidade e escolaridade de cada área estadual

REGIÃO - THIAGO MORELLO

Data 24/10/2017
Horário 11:41

Se o IPRS (Índice Paulista de Responsabilidade Social) 2016 fosse um campeonato de futebol, a 10ª RA (Região Administrativa) do Estado, cuja sede é Presidente Prudente, estaria na zona de rebaixamento, uma vez que o índice mostrou que os 53 municípios do entorno, juntos, levam o título da terceira região mais pobre do Estado, sendo a 14ª de 16 regiões administrativas. Os números foram divulgados ontem, pela Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), em um encontro realizado na Câmara Municipal de Prudente. O levantamento, que chegou à sua nona edição, computa dados referentes à riqueza, longevidade e escolaridade dos municípios paulistas. Os números vão de 0 a 100 (veja tabela).

Atrás de Prudente, estão apenas as RAs de Itapeva (SP) e Registro (SP), que ocupam, respectivamente, a 15ª e 16ª posições no quesito riqueza. O presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), relaciona que, apesar do índice menor, não significa que não há uma boa gestão municipal, pois, em contrapartida, nos dados equivalentes à escolaridade e longevidade, a região se classifica à frente de muitas outras. “Nós temos aqui, na RA de Prudente, a 5ª melhor escolaridade do Estado, além de ser a 8ª melhor posicionada em longevidade. Por serem dois índices importantes, e áreas necessárias para serem levadas em conta como prioridades, há muito que ser comemorado”, analisa.

Cauê também explica que a riqueza baixa, não necessariamente implica em um município pobre. Para ele, o que pode ocorrer nesses locais, assim como em Prudente, é a “má organização e aplicação dos recursos financeiros”. “Além disso, podemos destacar a boa atuação da capital, que destoa das demais regiões, fazendo com que fiquem muito atrás. No entanto, mesmo obtendo essa classificação, os números de cada área paulista são parecidos”, completa.

Em meio à baixa colocação, o deputado estadual Ed Thomas (PSB) alerta que “o equilíbrio financeiro é o que trará um resultado maior para a região”. Pois bem, se esse “equilíbrio” não ocorre, a solução, para o presidente da Alesp, é apresentar os números das três áreas analisadas e promover a “boa competividade”, entre as regiões paulistas. “O que isso significa? Garantir bons investimentos e mais qualidade de vida nos municípios. É necessário despertar essa vontade de ser o melhor em cada local, pois quem vai ganhar é a própria administração municipal e, consequentemente, o povo, que é o grande beneficiário final disso tudo”, pontua.

 

Desempenho

O IPRS é um indicador inspirado no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Em sua nona edição, os dados levaram em conta o período compreendido entre os anos de 2012 e 2014. Uma vez levantados, os municípios podem ocupar cinco repartições, são eles: Grupo 1 (azul), que representa riqueza alta e escolaridade e longevidade média ou alta; Grupo 2 (verde), riqueza também alta e longevidade e escolaridade baixa; Grupo 3 (amarelo), riqueza baixa e longevidade e escolaridade média ou alta; Grupo 4 (laranja), riqueza baixa e longevidade e escolaridade médio e baixo; e Grupo 5 (vermelho), com todas áreas em baixa colocação.

Na 10ª RA do Estado, entre os 53 municípios, 25 pertencem ao Grupo 3, composto por administrações municipais com baixos níveis de riqueza e bons indicadores sociais; 20 fazem parte do Grupo 4 do IPRS, que compreende cidades com baixos índices de riqueza e apenas um dos indicadores sociais em grau inferior; o Grupo 5, por sua vez, possui sete municípios reunido por serem menos favorecidos nas três dimensões do índice; e no Grupo 1, apenas Anhumas foi a localidade com bons indicadores nas três dimensões. Cauê destaca que isso é outra novidade e “boa notícia”, pois desde o último levantamento, nenhum local da região estava no primeiro grupo. O prefeito da cidade, Genildo Ramineli (PSD), foi procurado para repercutir sobre a notícia, mas não foi localizado.

Ainda no que diz respeito aos quesitos, a riqueza está abaixo do nível estadual, a escolaridade está acima e a longevidade propõe um índice parecido, porém, um pouco maior. O presidente da Alesp ressalta que, em todos os âmbitos, desde que foi iniciado o levantamento, a região permanece crescendo, mas nunca em declínio.

 

 

SAIBA MAIS

No que compreende as áreas observadas, a riqueza é influenciada, além de outros fatores, pelo consumo de energia elétrica, rendimento médio de emprego formal e valor adicional fiscal per capita; na longevidade, são as taxas de mortalidade infantil, perinatal, de pessoas entre 15 e 39 anos e também entre 60 e 69 anos; já na escolaridade, o índice pode ser influenciado pelo percentual de alunos com atraso escolar, taxa de atendimento escolar de crianças entre 4 e 5 anos, e o desempenho de estudantes do 5º e do 9º ano, baseado em suas médias nas matérias de português e matemática.

 

“O IPRS é um indicador inspirado no Índice de Desenvolvimento Humano. Em sua nona edição, os dados levaram em conta o período compreendido entre os anos de 2012 e 2014”

 

RA DE PRESIDENTE PRUDENTE

População atual: 845,9 mil habitantes;

Densidade demográfica: 35,58 (hab./km²);

Taxa de urbanização: 89,70%;

Taxa de crescimento anual de população (2010/2014): 0,38%;

População com menos de 15 anos: 18,21%;

População com 60 anos ou mais: 15,61%.

 

 IPRS

Município

Riqueza

Escolaridade

Longevidade

Adamantina

35

62

77

Alfredo Marcondes

31

66

85

Álvares Machado

32

77

56

Anhumas

44

66

73

Caiabu

27

73

64

Caiuá

31

51

68

Dracena

36

63

67

Emilianópolis

29

50

92

Estrela do Norte

29

71

62

Euclides da Cunha Paulista

28

51

64

Flora Rica

29

78

74

Flórida Paulista

33

50

57

Iepê

34

52

76

Indiana

27

57

74

Inúbia Paulista

39

58

76

Irapuru

29

51

60

Junqueirópolis

39

67

71

Lucélia

34

61

75

Marabá Paulista

32

55

60

Mariápolis

26

51

66

Martinópolis

33

62

80

Mirante do Paranapanema

35

57

72

Monte Castelo

29

78

64

Nantes

40

58

73

Narandiba

38

56

83

Nova Guataporanga

26

66

77

Osvaldo Cruz

36

66

79

Ouro Verde

30

66

60

Pacaembu

31

53

74

Panorama

32

56

70

Pauliceia

36

49

66

Piquerobi

32

65

78

Pirapozinho

33

61

67

Pracinha

24

50

72

Presidente Bernardes

35

54

77

Presidente Epitácio

36

53

64

Presidente Prudente

41

57

70

Presidente Venceslau

33

72

78

Rancharia

38

63

65

Regente Feijó

39

61

64

Ribeirão dos Índios

28

39

84

Rosana

41

51

71

Sagres

27

50

74

Salmourão

29

45

61

Sandovalina

40

55

76

Santa Mercedes

33

57

75

Santo Anastácio

33

51

78

Santo Expedito

24

47

70

São João do Pau D'Alho

32

61

74

Taciba

39

57

81

Tarabai

29

54

60

Teodoro Sampaio

35

56

59

Tupi Paulista

31

70

65

Fonte: Alesp e Fundação Seade

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