A Quarta-feira de Cinzas, ontem, marcou o início da preparação dos cristãos para a celebração da Páscoa do Senhor. O período que segue agora, conhecido por Quaresma, deverá ser encerrado no domingo de Páscoa ao promover, por 40 dias, um momento de reflexão, caridade, oração intensa e arrependimento. De acordo com o monsenhor José Antônio de Lima, da Catedral de São Sebastião, em Presidente Prudente, é na Quarta-feira de Cinzas, com a imposição das cinzas sobre a testa dos cristãos, que se é lembrado o fato de que do pó viemos e ao pó voltaremos. “É buscar a simplicidade de Jesus, que tanto nos ensinou e continua a nos ensinar”.
Com o marco do início da Quaresma, período caracterizado pelo monsenhor como um tempo de penitência, muito se fala sobre a escolha de um alimento ou bebida que mais agrada aos cristãos, para que, por 40 dias, seja deixado de lado na intenção de ofertar um jejum durante a preparação. No entanto, o religioso lembra que é preciso, além disso, promover uma mudança comportamental. “O papa Francisco nos vem com uma fala muito importante neste sentido. Ele sugere o jejum de palavras negativas, do descontentamento e da raiva, por exemplo, quando devemos trocá-los por, respectivamente, palavras de bondade, gratidão e paciência”.
O monsenhor comenta que a Quaresma surgiu por volta do ano 350 depois de Cristo, sendo que antes daquele período eram apenas três dias de preparação para a celebração da Páscoa. A mudança na quantidade de dias veio quando os cristãos perceberam que esses três dias eram insuficientes para se preparar de forma adequada para este, que é considerado como o evento mais importante da vida cristã. “Sem a Páscoa não há ressureição, por isso esse período de tanta reflexão”, pontua.
VIDA DE FÉ
E ORAÇÃO
A cabeleireira de 40 anos, Angelita Martins, esteve na missa das 12h de ontem na Catedral de São Sebastião e contou para a reportagem que a ida ao local se deu pela vontade de, assim como já é tradição para ela, dar início a um período caracterizado por ela como uma reconciliação e aproximação com Deus. “É agora que entramos em penitência, pensamos em sermos mais humildes e entendemos que viemos e voltaremos ao pó”, aponta. Sobre a Quaresma, ela afirma que fará as quartas e sextas a privação da carne e todos os dias, até a Páscoa, a privação de doces.
A agricultora de 55 anos, Sirlene Ferreira, também esteve presente na missa e comentou que não deixaria de participar da celebração que traz, para ela, uma reflexão sobre a chegada da Páscoa. “No meu caso, a Quaresma é mais comportamental e de reflexão, eu prefiro me preparar desta forma”.