Quantidade de acidentes segue praticamente igual sem radares

Exatamente um mês após a retirada dos dispositivos de controle de velocidade, número de ocorrências cresceu de 347 para 351, de acordo com estatísticas da Polícia Militar

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 12/10/2017
Horário 12:50

Após um mês sem a fiscalização eletrônica de radares nas vias de Presidente Prudente, dados da Polícia Militar revelam que a ausência dos aparelhos, até o momento, não interferiu na quantidade de acidentes de trânsito no perímetro urbano. Os números revelam que, em agosto, quando os radares ainda fiscalizavam, a PM registou 347 acidentes, com e sem vítimas, e, já no mês de setembro, quando os aparelhos estavam desligados, este número subiu para 351, uma diferença de quatro ocorrências.

Os dados detalhados disponibilizados pela polícia mostram que, em agosto, o número de acidentes de trânsito com vítimas foi de 109, enquanto, em setembro, subiu para 111. Já os acidentes de trânsito sem vítimas tiveram um aumento de dois casos, de um mês para outro, quando, em agosto, foram registradas 238 ocorrências e, em setembro, 240 acidentes. Já os atropelamentos registraram aumento de apenas um caso, em agosto foram oito e, em setembro, a PM atendeu nove atropelamentos.

Os equipamentos de monitoramento de trânsito, que foram desligados no dia 10 de setembro, após a Prefeitura de Prudente informar que não haveria a renovação do contrato com a Politrans, e começaram a ser retirados nesta semana, agradavam ao motorista de caminhão e morador da cidade, Paulo César dos Santos, 48 anos, que afirma ver benefícios na fiscalização. “60 km por hora, que era o limite permitido, é uma velocidade boa para vias de dentro da cidade. Se não fossem os radares, as pessoas não respeitariam e isso poderia provocar um caos no trânsito”, expõe.

O motorista ressalta que acredita levar um “bom tempo” até que as pessoas desacostumem com a presença dos aparelhos, mas se preocupa com a situação em que o trânsito pode chegar. “Se demorar muito para colocarem de novo os radares, as pessoas vão se esquecer da velocidade permitida, pois, se não há cobrança, não há respeito”.

Já o radiologista Gilmar do Vale, 53 anos, comenta que se todos fossem conscientes no trânsito, a instalação de radares seria desnecessária. “Esses aparelhos não deveriam existir, com ou sem eles, as pessoas desrespeitam, pois diminuem a velocidade só quando estão próximas dos equipamentos. Vamos ver os resultados disso nos próximos meses”, acrescenta.

Por sua vez, o motorista Adelmo Rodrigues da Silva, 57 anos, comenta sobre a importância de se ter a fiscalização, mas reclama da distribuição dos aparelhos pelo município. “Os radares trouxeram respeito ao trânsito de Prudente, mas eram muito mal distribuídos, pois estava um em cima do outro. A próxima empresa precisa pensar melhor nos pontos fiscalizados”.

 

Retirada

Como já noticiado ontem por este periódico, os radares que fiscalizaram as vias prudentinas por dois anos começaram a ser retirados, no início desta semana, pela Politrans. A decisão surgiu a partir da não renovação do contrato, por parte da Prefeitura, com a empresa que prestou o serviço de monitoramento até o dia 10 de setembro, data em que os dispositivos foram desligados.

O consultor da Politrans, Paulo Henrique Borges, afirmou à reportagem que, por conta da falta de segurança aos radares, uma equipe fará a retirada de todos os aparelhos até amanhã. “Equipamentos parados ficam vulneráveis e correm o risco de não serem preservados. Retiramos para garantir a integridade deles e evitar prejuízos”, afirma.

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