Durante os semestres da faculdade de Jornalismo, aprendemos uma das regrinhas básicas: o jornalista não é o foco da notícia. Ele torna-se interlocutor, não o assunto principal. Mas antes de falarmos um pouco mais sobre isso, que tal desmistificarmos: o que é notícia? Vamos lá! Podemos chamar de notícias os fatos ou informações relevantes para uma determinada sociedade. É uma novidade notória. Para mim, uma verdadeira matéria prima do jornalismo.
Nesta semana, um acidente envolvendo um helicóptero tirou a vida do nobre jornalista da TV Band, Ricardo Boechat. O comunicador havia realizado uma palestra em Campinas e, ao retornar para a capital paulista, após alguns minutos de voo, seu helicóptero caiu sobre um caminhão que trafegava no Rodoanel.
Tristeza geral. A comoção tomou conta do Brasil. Independentemente da emissora, do jornal, da rádio, a concorrência já não era impedimento para uma das notícias mais tristes para o jornalismo contemporâneo.
A morte do âncora do Jornal da Band, Ricardo Boechat, é assunto em todas as redações do Brasil e do mundo. O jornalismo e jornalistas, em todas as regiões do Brasil, lamentam a perda não apenas de um companheiro de profissão, mas de um profissional que ensinava jornalismo a cada reportagem e a cada comentário recheado de verdades que muitos profissionais não tinham a coragem de emitir.
Na redação do grupo Band, haja profissionalismo para que os amigos de redação informem os telespectadores os detalhes da tragédia. Em meio aos profissionais da comunicação, o coração chora, a voz falha, as lágrimas caem, mas todos trabalham em favor da informação. Como separar a razão e a emoção?
Enquanto lamentamos a perda de Boechat, como jornalista, é hora de confirmar também que para toda regra, inclusive para as jornalísticas, existem exceções. Se na faculdade aprendemos que o jornalista nunca será notícia, no cotidiano, um bom profissional virará notícia sim. E não apenas pelas circunstâncias que tiraram a vida do âncora da TV Band, mas pela sua trajetória, mostrando que um verdadeiro profissional da comunicação é sim um bom contador de histórias, mas acima de tudo uma pessoa acessível e que valoriza o ser humano. Saudações, Boechat!
