Psicólogo defende discussão de gênero nas escolas

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 07/02/2018
Horário 13:10

A calorosa discussão sobre gênero e sexualidade nas escolas se tornou um assunto polêmico e que gera divergência de opiniões entre as pessoas. De acordo com o psicólogo Edson Marcelo Oliveira Silva, atuante com questões relacionadas à violência de gênero e contra a mulher, há discursos que propagam que conversar sobre isso nas escolas é criar uma ideologia, desqualificando o verdadeiro propósito da abordagem, que é o de “lutar para que exista a garantia de que qualquer cidadão e cidadã brasileira viva e apresente-se da forma como quiser”. Para o profissional, ninguém precisa possuir conhecimento científico para que tenha sensibilidade e humanidade frente à problemática que envolve os assassinatos de pessoas LGBTs [lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais] e a fabricação cultural do preconceito, da violência de gênero e do sexismo.

Segundo o psicólogo, ao mesmo tempo em que garante o acesso à educação formal e o fomento à cidadania, a escola é um local que promove a exclusão, a opressão, a violência e o preconceito. Ele aponta que, entre as pessoas LGBTs, a evasão escolar é uma situação grave, pois além de sofrerem discriminação nas ruas e no ambiente doméstico, são alvos da violência dentro do ambiente educacional. Destaca também o machismo que impera em relação às mulheres, que sofrem com a hostilização e inferiorização da figura feminina. “Ninguém pode ser agredido por ser mulher ou uma pessoa LGBT”, pondera.

Edson argumenta que falar sobre gênero e sexualidade nas salas de aula não significa que a escola irá disputar com a educação que vem de casa ou até mesmo com a igreja, considerando que há valores morais que são aprendidos e ensinados na vida privada. “Silenciar o ensino sobre gênero e sexualidade nas escolas é uma assinatura formalizada que reproduz desigualdades e contribui para a consolidação de mais preconceito e segregações. É na diversidade das relações que reside a maior riqueza do ser humano”, pontua.

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