Após passar 20 dias na Inglaterra para a composição da nova cadeira, o paratleta Leonardo Mello estreou na temporada 2018 no último final de semana da melhor maneira possível. Disputando a etapa regional do Circuito Brasil, realizado pelo CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), Léo Mello competiu cinco provas e conquistou resultados positivos em todas.
Ainda se adaptando a companheira atual, a nova vadeira, o prudentino terminou em primeiro lugar nas provas dos 100, 400, 800, 1,5 mil e 5 mil metros, na categoria T-54 (para cadeirantes), tendo assim, 100% de aproveitamento no Circuito Brasil. A marca mais expressiva foi nos 100 m, com o tempo de 14s33. Prova na qual o prudentino bateu seu próprio recorde, que antes era de 14s99. De acordo com seu treinador, Edvandro Júnior, o feito seria a sexta melhor marca do mundo. A outra quebra de recorde veio nos 1,5 mil, o que não acontecia há dez anos. Com estes resultados, o paratleta obteve classificação para a fase nacional nas cinco provas.
O treinador classifica a participação de Léo Mello no Circuito Regional como “espetacular”. “A gente nem esperava, pelo fato dele estar numa fase de adaptação”, conta o técnico. Foram poucos dias de treinos com a cadeira nova, além de algumas adaptações que precisaram ser feitas em locais que incomodavam o atleta. “Não tem como esperar um resultado melhor pra uma primeira competição”, comemora Edvandro Júnior.
O próximo desafio do paratleta está agendado para o dia 11 de março, na Meia Maratona de Lisboa, em Portugal. O paratleta participa também da Maratona Internacional de São Paulo, no dia 8 de abril. No mesmo mês, mas nos dias 24 e 28, Léo Mello disputa ainda o Open Brasil Loterias Caixa de Atletismo.
“Não tem como esperar um resultado melhor pra uma primeira competição”
Edvandro Júnior,
treinador
Nova companheira
Léo Mello, ao lado de seu treinador Edvandro Júnior, ficou 11 dias em Londres, na Inglaterra, entre janeiro e fevereiro deste ano, para a confecção da nova cadeira e já poder voltar com ela em mãos. “São poucos países do mundo que produzem equipamentos deste nível, com alta performance. Aqui no Brasil até tem, mas não dá para competir em igualdade com atletas de nível internacional”, relata o técnico.
Em comparação ao equipamento antigo, as mudanças são grandes, segundo ele. “O outro equipamento não foi feito especialmente pra ele. Era um equipamento emprestado, tinha meia vida. Fizemos adaptações e, mesmo assim, o Léo conseguia um bom resultado”, conta o treinador. De acordo com ele, a mudança pode se dar a 20% com o uso da nova companheira. “Agora vamos seguir o treinamento, nos adaptar ainda mais a cadeira e conseguir bons resultados”, vislumbra Edvandro Júnior.
De acordo com o técnico, ao todo foram gastos R$ 36 mil, incluindo as passagens, hospedagens e alimentação, que foram necessários para bancar a viagem até a Inglaterra para confeccionar a cadeira. Por este motivo a mudança foi demorada. “Após muita luta nossa, buscando parceria, conseguimos o valor da cadeira. Só ela custou cerca de R$ 25 mil. A Bevicred, nos apoiou com o valor completo da carreira”, relata o técnico.
