Uma projeção divulgada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) indica que no Brasil, o segmento comercial deverá fechar 2018 com o aumento de 20,7 mil estabelecimentos. Mas de acordo com a pesquisa, essa alta não deve recuperar a perda de 226,5 mil lojas nos últimos três anos. Segundo dados da Coordenadoria Fiscal e Tributária da Prefeitura de Presidente Prudente, dos 9.666 estabelecimentos em funcionamento na cidade, 30 foram abertos nos dois primeiros meses deste ano, o que indica um estabelecimento comercial para cada 23 habitantes.
De acordo com o presidente da Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região), Vitalino Crelis, no começo do ano é difícil os empreendedores fazerem a abertura de novas empresas, situação que começa a ganhar força a partir de março. Ele esclarece que isso acontece devido às despesas que o empresário adquire no início do ano, dentre elas o pagamento do 13º salário aos funcionários. “Mas isso é momentâneo, uma vez que o comerciante logo se recupera e começa a investir mais nos negócios”, explica.
Abrir uma empresa demanda tempo e investimentos. Para o presidente da Sincomércio, o empreendimento demora em média seis meses para começar a crescer. Contudo, se estiver bem localizado, “ele será reconhecido com mais facilidade”, afirma.
Além disso, Vitalino observa que na cidade existem muitos prédios comerciais disponíveis para alugar que ficam vazios durante meses. Sobre as expectativas futuras a respeito do comércio em Prudente, ele acredita que a tendência é diminuir o número de lojas na cidade porque “tem fechado muitas”.
Pelo Sincomércio, existem aproximadamente 16 mil lojas na região. Destes, uma média 7 mil estão localizadas em Prudente e, segundo Vitalino, “geralmente são empreendimentos de micro e médias empresas”. De acordo com ele, o setor de roupas e calçados é o que mais predomina na cidade devido ao maior número de vendas.
Não é fácil
Para Lucas Teixeira Neves, proprietário da loja Amor D’Ouro - joias e semijoias, o comércio prudentino pode se desenvolver bastante até o final do ano, devido ao surgimento de novos estabelecimentos comerciais no centro da cidade. Em 2011, o empresário começou a vender de maneira autônoma peças de joias e semijoias e, pouco tempo depois, abriu um escritório para comercializar as mercadorias de maneira consignada. No entanto, sentiu a necessidade de abrir uma loja física para aumentar o lucro.
“Faz seis meses que abri o estabelecimento aqui no centro. É difícil vender por conta da concorrência”, explica. Desta forma, ele resolveu investir em publicidade para ganhar reconhecimento dos clientes, mas afirma que nos dois primeiros meses do ano, as vendas despencaram em relação a dezembro. “Isso me preocupa, mas espero que os próximos meses sejam melhores”, finaliza.
De acordo com Caroline Venâncio Teles, proprietária da loja Carol Teles, o bom resultado das vendas de peças femininas ocorreu após um ano no estabelecimento. A proprietária comenta que há quatro anos abriu o comércio, mas esclarece já ter trabalhado em um bairro da cidade. De acordo com a lojista, o que atrapalha o início das vendas é a demora para o reconhecimento da empresa diante dos consumidores.
