A partir de hoje, as famílias que buscarem para seus filhos as vacinas pentavalente e DTP (tríplice bacteriana) nos postos de saúde de Presidente Prudente, possivelmente, vão se deparar com a notícia da ausência de doses. De acordo com a supervisora da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), Elaine Bertacco, a cidade depende agora da regularização por parte do Ministério da Saúde, e a orientação aos pais é que eles deixem registrado nos postos a necessidade de vacinação, para que as equipes entrem em contato assim que os estoques estiverem repostos.
A supervisora da VEM lembra ainda que preocupa saber que praticamente as 28 salas disponíveis para vacinação no município, durante todo o ano, sofrem com a baixa adesão, inclusive durante campanhas específicas, situação que é revertida apenas com anúncios de falta de vacinas, quando muitos procuram a imunização. “Precisamos dessa consciência durante todo o ano, e os números baixos de cobertura não nos deixam mentir. É preciso reverter esse quadro em Prudente”.
Elaine ressalta que na Rede de Frio, onde fica o estoque de doses e insumos, por exemplo, já não há mais doses da pentavalente e da DTP. No entanto, algumas unidades de saúde ainda tinham, até ontem, poucas doses em estoques, que acabariam conforme os agendamentos previstos fossem cumpridos.
AQUISIÇÃO E
DISTRIBUIÇÃO
A Secretaria de Estado da Saúde lembra que a aquisição e distribuição das vacinas devem ser feitas pelo Ministério da Saúde, que nos últimos meses enviou quantidades “insuficientes”, impactando a redistribuição. “Desde agosto, não foi recebido nenhum quantitativo de DTP. Um novo lote parcial de pentavalente com cerca de 50% da necessidade, referente ao mês de outubro, foi recebido e as doses estão sendo redistribuídas para todo o território paulista”.
Já o Ministério da Saúde informa que conseguiu antecipar o cronograma de distribuição da vacina pentavalente, sendo que de um total de 800 mil doses previstas para regularizar a distribuição nacional, a pasta já enviou metade, ou seja, 440 mil, no início de outubro, além de esclarecer que a outra metade está prevista para ser enviada no fim do mês. Como justificativa para a ausência da vacina, lembra que a remessa adquirida por intermédio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) foi reprovada em testes de qualidade feitos pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde e análise do Ministério da Saúde.
“Por este motivo, as compras com o antigo fornecedor, a indiana Biologicals E. Limited, foram interrompidas pela Organização Mundial da Saúde, que pré-qualifica os laboratórios”. A pasta solicitou a reposição do fornecimento à Opas, mas não há disponibilidade imediata da vacina pentavalente no mundo e ela não é fabricada no Brasil.
Já sobre a DTP, expõe que a distribuição foi reduzida devido a um problema de excursão de temperatura nas doses - variação de temperatura no transporte para o Brasil - e aponta que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aguarda parecer da Opas para avaliar a liberação do produto. “Assim que as doses estiverem disponíveis, a distribuição será regularizada”.
SAIBA MAIS
Conforme o Ministério da Saúde, foi feita uma nova aquisição de 6,6 milhões de doses da vacina pentavalente, e essas doses começaram a chegar de forma “escalonada” em agosto, no Brasil. Quando os estoques forem normalizados, a pasta lembra que o SUS (Sistema Único de Saúde) fará busca ativa pelas crianças que completaram dois, quatro ou seis meses de idade, entre os meses de agosto e novembro, para vaciná-las. A vacina previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B.