Proliferação de “fake news” força busca por fontes de credibilidade

EDITORIAL -

Data 16/06/2018
Horário 05:00

A sociedade contemporânea vivencia um grande paradoxo na era das redes sociais. Se não bastasse a utópica sensação de ter milhares de “amigos” virtuais, mesmo diante do vazio e da solidão do mundo real, existe a falsa impressão de ter ao alcance uma avalanche de informações de credibilidade, quando, na verdade, o que mais vemos por aí se resume à desinformação. São as chamadas “fake news” – notícias falsas que podem ter consequências, no mínimo, desagradáveis.

O termo estrangeiro só deu um novo nome a algo que sempre existiu, na maioria das vezes para beneficiar alguém ou determinado grupo. Quem nunca ouviu falar que tomar manga com leite faz mal? Para se ter uma ideia, tal informação foi propagada na época do Brasil colonial, porque os senhores de engenho não queriam que os escravos consumissem leite – alimento raro no período – e se contentassem somente com o consumo de mangas, que dava de monte nos pés. O boca a boca ultrapassou gerações e até hoje há quem jamais tomará tal mistura. Agora, imagina uma invencionisse disseminada pelas redes sociais? Se torna algo praticamente incontrolável, com um alcance inimaginável.

Com muita frequência somos bombardeados por informações que na hora nos deixam com a pulga atrás da orelha. Outras vezes, as notícias não parecem fantasiosas, pois elas vêm travestidas por fatos que poderiam ser reais. Mas, não são. É o caso mostrado na edição de ontem deste diário, em que a informação de que os eleitores deveriam realizar o cadastramento biométrico até determinado prazo, ou teriam de arcar com multa, acabou por gerar tumulto nos cartórios eleitorais.

Mas, como então não cair na cilada das “fake news”? É preciso ter discernimento, buscar informações com fontes de credibilidade, e ter responsabilidade para não sair compartilhando qualquer conteúdo que vê pela frente, muitas vezes, sem nem ler direito o que está repassando. Na dúvida, procure se informar em mídias de confiança, e fique sempre com o pé atrás, adotando uma postura rara nos dias de hoje – que é ter senso crítico para não ser mais um manipulado em meio à chamada massa de manobra.

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