Projeto do Sesc traz mulheres como protagonistas

Ontem, a antropóloga e ilustradora Natália Calamari ministrou com seu parceiro, Rodrigo Mafra, a oficina “Criação de móbiles iluminados”

PRUDENTE - OSLAINE SILVA

Data 16/09/2018
Horário 05:32
Marcio Oliveira - Trabalho artístico artesanal mais tecnologia do corte a laser permitem produzir e inserir objetos e peças
Marcio Oliveira - Trabalho artístico artesanal mais tecnologia do corte a laser permitem produzir e inserir objetos e peças

A antropóloga e ilustradora Natália Calamari, 33 anos, e Rodrigo Mafra, do Ateliê Dupla, de São Paulo, foram dois dos oficineiros de ontem no Sesc Thermas Presidente Prudente, dentro da programação “As mulheres e as tecnologias”, ministrando a oficina “Criação de móbiles iluminados”. De acordo com a coordenadora da unidade de programação, Ana Paula Ambrósio, a proposta da ação em rede é não ser apenas voltada às mulheres, mas também trazer protagonistas para comandarem atividades.

Natália expõe que ela e Rodrigo trabalham com a ilustração, animação e há uns 8 anos adquiriram uma máquina de corte a laser e, desde então, eles têm tentado unir o trabalho artístico artesanal com a tecnologia do corte a laser, que permite produzir e inserir objetos e peças.

“Desenvolvemos peças que, embora sejam produzidas em grande quantidade, quando fazemos uma oficina, cada criança monta a sua especificamente com as suas características. Trazemos pecinhas para elas personalizarem e elas percebem que podem criar coisas de forma mais independente, à sua maneira e ter um objeto seu, mesmo ele tendo sido feito com máquina. Elas veem como usar a bateria, led, luz, ou seja, já têm esse contato com tecnologia”, explica Natália. “Trabalhar com máquina é legal, mas ainda assim o toque principal é o manual. O artesanal”, completa Rodrigo.

Natália diz que foi convidada por ser mulher e usar a tecnologia em seu trabalho. Ela conta que começaram esse trabalho em Americana (SP) e depois foram para São Paulo. E, perceberam uma grande diferença em trabalhar com isso no interior e na capital. Ela diz que viu que, nos grandes centros, as mulheres estão se organizando mais. Em São Paulo, por exemplo, já tem fab labs só com mulheres trabalhando, empresas de manutenção de casas só com mulheres. E isso a fez sentir-se muito mais acolhida.

“Consegui desenvolver mais o que estava fazendo. E só vejo isso crescer. O que é positivo, porque nunca fomos donas do nosso próprio discurso. Por exemplo, eu sendo entrevistada para esta reportagem. Geralmente entrevistariam o Rodrigo, meu companheiro, que trabalha comigo, e por mim não teria nenhum problema, porque não temos uma relação de competição, mas em uma empresa, onde mais pessoas estão trabalhando, ganhando um salário diferente...”, expõe. “Então, eu só tenho a agradecer por essa oportunidade, porque muitas amigas também estão participando desse setembro do Sesc e vemos que isso é coisa para gente também, não só para os homens!”, exclama a antropóloga.

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