Projeto de inclusão é premiado pela ONU

“Acreditar na Diversidade”, criado em 2016 em Teodoro Sampaio, inclusive se expandiu para outros Estados e tem 80 alunos formados

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 11/12/2018
Horário 09:31
Atvos/Cedida - Fábio atua como auxiliar de manutenção da Unidade Conquista do Pontal, da Atvos
Atvos/Cedida - Fábio atua como auxiliar de manutenção da Unidade Conquista do Pontal, da Atvos

Fábio Alves dos Santos tem 27 anos, atua como auxiliar de manutenção na Unidade Conquista do Pontal, da Atvos – empresa que atua de forma integrada na produção de etanol, açúcar e energia elétrica. Ele conta que foi por meio do projeto “Acreditar na Diversidade”, em 2016, realizado pela própria empresa em Teodoro Sampaio, que e obteve a oportunidade de aprender e sentir o impacto positivo que a sua inclusão traria tanto para ele quanto para sua família. Isso porque, a iniciativa da empresa é a de incluir PCDs (pessoas com deficiência) no mercado de trabalho. “Consigo ajudar a minha família, comprar coisas que antes eu não podia e, principalmente, dar um futuro melhor para minha filha”. O projeto, inclusive, fez com que a Atvos fosse premiada na sede da ONU (Organização das Nações Unidades), em Nova Iorque, pelo trabalho que desenvolve. Hoje, a iniciativa, que nasceu no oeste paulista, se expandiu para outros Estados e já conta com 80 alunos formados e aptos a ingressar no mercado de trabalho.

Conforme a empresa, esta é a segunda vez que o prêmio é concedido ao “Acreditar na Diversidade”, um programa de investimento social privado, em parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), e desenvolvido pelo Energia Social, quando são oferecidos cursos que ensinam a rotina da área administrativa das organizações, conforme as normas técnicas, ambientais, de qualidade, segurança e saúde. “Acreditamos que todos têm potencial para crescer e evoluir sempre, e independente das limitações, é dando a primeira oportunidade que as coisas acontecem”, afirma a responsável pelo Pessoas & Organizações do Polo São Paulo da Atvos, Kelly Parpinelli.

Ainda conforme a coordenadora, a premiação por parte da ONU foi muito bem recebida, uma vez que a iniciativa teve início em Teodoro Sampaio, e surgiu da iniciativa de cinco jovens que precisavam desenvolver alguma ação que envolvesse o desenvolvimento sustentável, correlacionado com a comunidade local. “Aliando ao movimento de inclusão, que já era uma ideia do nosso polo, eles entenderam que uma das prioridades eram os PCDs e as suas inclusões no mercado de trabalho. Foi feito todo um estudo, que resultou no sucesso e posterior premiação, que é gratificante, pois mostra que estamos no caminho certo”, expõe Kelly.

A primeira turma do projeto, conforme a empresa, foi criada em 2016, em Teodoro Sampaio, com 17 alunos participantes. O programa foi estendido com êxito aos Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, sendo que hoje são 80 alunos já formados e aptos a ingressar no mercado de trabalho. “A maioria dessas pessoas não terminou o ensino médio e possui dificuldades de alfabetização. Com o programa, buscamos a qualificação de cada uma delas, já que não basta a empresa cumprir com sua cota, mas se sentir satisfeita em ver pessoas produtivas e com autoconfiança”. A iniciativa, por hora, não possui novas turmas previstas.

Exemplo de superação

O auxiliar de manutenção da Atvos, Fábio, foi um dos participantes que se destacou na turma de 2016, o que fez com que ele fosse convidado a trabalhar na unidade. De acordo com Kelly, a postura dele diante do serviço e sua capacidade de aprendizado foram primordiais para a escolha. “Ele é muito correto e executa tudo com maestria. Muitas vezes, nos esquecemos de que ele tem algum tipo de deficiência, e este é o caminho”.

Fábio, por sua vez, ressalta que soube da iniciativa por meio da Apae (Associação de Pais e Amigos Excepcionais) e lembra que a participação na turma de 2016 teria mudado sua vida. “Estou aqui na empresa desde então e impactou de forma positiva em muitas coisas. Consigo ajudar a minha família e, principalmente, dar um futuro melhor para minha filha. O projeto me deu a oportunidade de aprender, e é o que faço todos os dias aqui”.

Por fim, ele ressalta que já havia feito um curso de informática, há alguns anos, mas que nunca teve a oportunidade de aprender a usar um computador. Com o “Acreditar na Diversidade”, a chance lhe foi dada, o que resultou na contratação na empresa. “Espero ficar muito tempo aqui”.

Publicidade

Veja também