Profissionais dividem boas práticas na educação

Cerca de 80 pessoas, entre coordenadores e professores de 45 escolas estaduais da região, apresentaram projetos exitosos desenvolvidos nas unidades em que atuam

REGIÃO - ANDRÉ ESTEVES

Data 08/12/2018
Horário 07:22
Marcio Oliveira - Evento para troca de experiências ocorreu ontem, na Diretoria de Ensino de Prudente
Marcio Oliveira - Evento para troca de experiências ocorreu ontem, na Diretoria de Ensino de Prudente

Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelas escolas públicas é a indisponibilidade orçamentária. No entanto, nem mesmo a falta de recursos é impeditiva para o desenvolvimento de boas ideias e práticas educacionais. Prova disso é o projeto de robótica executado na Escola Estadual Lúcia Silva de Assumpção, em Pirapozinho, onde um professor de física construiu, junto aos seus alunos, um hardware comandado por um aplicativo. Por meio da ferramenta, eles puderam colocar em prática os princípios da física e conhecer um pouco mais sobre o processo de eletrônica e a linguagem da programação, assuntos com os quais os discentes possivelmente só entrariam em contato durante o ensino superior. A iniciativa começou do zero: eles recuperaram computadores descartados durante o mutirão do lixo eletrônico de seu município e adquiriram a plataforma Arduino, cujo valor é mais viável para a escola. O projeto foi uma das 14 “práticas exitosas” apresentadas em uma reunião com cerca de 80 pessoas, entre coordenadores e professores de 45 escolas estaduais da região, na Diretoria de Ensino da Região de Presidente Prudente, na manhã e tarde de ontem.

Por prática exitosa, entende-se toda atividade que gerou algum resultado de aprendizagem e causou impacto direto na vida do corpo docente e estudantes. Quem explica é uma dos membros da organização, Caroline Rezende de Souza. Segundo ela, o encontro oportunizou que os presentes trocassem experiências sobre os trabalhos desenvolvidos dentro das unidades em que atuam e contribuíssem para a criação de espaços de compartilhamento de saberes. “Toda a rede de ensino, seja estadual ou municipal, precisa trabalhar em comunidade, independente de ciclos e segmentos, porque o público ao qual nos dirigimos é o mesmo desde a pré-escola. Nesse contexto, dividir essas práticas é muito mais bem-sucedido do que planejarmos nossas ações solitariamente”, expõe.

Bons frutos

Entre os temas apresentados, Caroline destaca o desenvolvimento de estratégias metodológicas voltadas para alunos com deficiência; o fomento a ações voltadas para a construção do espírito comunitário, como no caso das discussões acerca do Dia da Consciência Negra, que propõe uma reflexão sobre a inclusão social do negro; além do incentivo a projetos de ordem científica e tecnológica, com a finalidade de promover a inovação. Para o professor de física, Everton Piza Peres, responsável por orientar a criação do referido robô, o empenho dos alunos resulta diretamente na colheita de bons frutos para a sua vida escolar e, futuramente, profissional. “Nos inscrevemos no Pibic [Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica] Junior da FCT/Unesp [Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista], o projeto foi contemplado e dois alunos passaram a receber bolsas do Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior]”, relata.

Na Escola Estadual Filomena Scatena Christofano, em Alfredo Marcondes, um projeto inclusivo busca desenvolver a coordenação motora e cognitiva de um aluno com síndrome do X frágil, desordem responsável por casos de deficiência mental e distúrbios do comportamento. A professora coordenadora da unidade, Márcia Aparecida Nespoli Braga, explica que uma professora auxiliar fica ao lado do menino na sala de aula e realiza com ele atividades paralelas às dos demais alunos, mas com a mesma finalidade. “Como o aluno apresenta muitas dificuldades, nós precisamos pensar em alternativas para ele poder avançar. Tem dado certo e o estudante melhorou muito”, pontua.

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