Professores oferecem ajuda para reverter morte de figueira em Prudente

Docentes da FCT/Unesp, voluntariamente, devem identificar o herbicida utilizado e, com base nessas informações, buscar alternativas para reverter morte dos galhos

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 23/02/2019
Horário 09:49
Prefeitura de Prudente - Figueira fica na calçada do PUM, em Prudente, e apresenta aspectos de envenenamento
Prefeitura de Prudente - Figueira fica na calçada do PUM, em Prudente, e apresenta aspectos de envenenamento

Este diário noticiou recentemente que a figueira que fica na calçada ao lado do PUM (Parque de Uso Múltiplo), em Presidente Prudente, chamava a atenção dos moradores que por lá passavam, por seu aspecto seco e de envenenamento, diferente do que ocorria em anos anteriores. Na ocasião, o secretário municipal do Meio Ambiente, Wilson Portella Rodrigues, informou que a pasta já acompanhava a situação há algum tempo, confirmou que propositalmente houve uma tentativa, ainda sem autores, de extinguir a árvore, e garantiu que nos próximos meses seriam feitos alguns trabalhos de recuperação. Pois bem, ontem, a Prefeitura informou que professores da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista) ofereceram ajuda voluntária para reverter tal situação. “O eventual crime ambiental já foi comunicado à Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual para investigarem o caso”, informa o secretário.

No início deste mês, a reportagem verificou in loco a árvore que tanto promoveu o bem-estar da população local trocar suas folhas verdes por tons de marrom, dando um aspecto de desgaste. À época, o biólogo da pasta, André Vieira, afirmou que tudo começou com algumas denúncias há cerca de um ano, quando a Prefeitura foi chamada para comparecer ao local e analisar um “produto” que havia sido jogado na figueira. “Na ocisão, chegamos a informar a polícia, por ser uma árvore histórica, mas não fizemos boletins de ocorrência, pois não sabíamos muito sobre as causas. Foi quando pedimos um monitoramento por parte dos moradores”.

André informou à reportagem que esteve no local e constatou um produto que poderia ser veneno, através de seu odor e por causa da coloração, substância química que, segundo ele, não precisa ser introduzida na figueira, pois bastou o despejo superficial no local para causar a morte da árvore, como vem ocorrendo.

Ontem, a Prefeitura informou que, conforme envenenamento constatado pela pasta do Meio Ambiente, foi em busca de um caminho para salvar a árvore centenária que professores da FCT/Unesp se ofereceram para fazer a análise química em amostras da figueira, com o objetivo de identificar qual o herbicida utilizado e, com base nessas informações, buscar alternativas para reverter a morte dos galhos. “Os estudos serão coordenados pelo professor doutor Eduardo René Perez González, que se ofereceu voluntariamente, cabendo ao município fornecer os instrumentos e produtos necessários”.

SAIBA MAIS

Vale destacar que no ano passado, em maio, o prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB) assinou um decreto que declarava proteção a três árvores do município como patrimônio paisagístico, sendo que a figueira era uma delas. Em seu artigo segundo, o documento diz que as espécies arbóreas a que se refere o decreto têm o nome científico de Ficus elastica, pertencente à família Moraceae, e nome popular figueira ou falsa-figueira. “As árvores aqui citadas ficam imunes a corte, remoção, replantio, queima, poda abusiva ou drásticas e todo e qualquer prática de injúria que possa acarretar sua morte ou prejudicar seu estado fitossanitário”, expõe o artigo quarto.

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