“Sempre a teremos em nossa memória como uma pessoa de fé”. Esta é uma das diversas lembranças que serão guardadas pela família de Charlotte Luise Weller Lupoli, de 91 anos. Filha de pais alemães, ela compartilhou nas salas de aula do ensino primário em Presidente Prudente o conhecimento adquirido no decorrer da trajetória, junto aos aprendizados da Igreja Metodista, que frequentava bastante. Tamanho era o reconhecimento pela comunidade, que a Vila Charlotte, bairro prudentino, recebeu este nome em homenagem a ela.
Inclusive, este seria o assunto abordado por este diário em entrevista agendada para ocorrer na data de hoje, a ser publicada no especial “personalidades”. Porém, dona Charlotte faleceu no domingo, antes de poder compartilhar suas histórias nas entrelinhas deste jornal. “O pai dela era pioneiro na cidade, e tinha uma área de terras onde hoje é a Vila Charlotte. No local, havia um pasto onde meus pais colocavam os cavalos e, quando iam passear, deixavam a Charlotte cuidando de mim”, relembra Ruth Künzli, amiga de infância. Conforme a cidade foi crescendo, o centro foi se aproximando da área rural e, com isso, as terras foram loteadas, dando início ao povoamento do bairro.
Além das conversas e amizade que fará falta, Ruth conta que os momentos especiais em família também ficarão na memória. “Nossos pais eram amigos, estávamos sempre juntas. Até mesmo no Natal e Páscoa, porque ela tinha o costume de fazer reuniões na casa dela onde cantávamos músicas em alemão. Achava muito gostoso”, afirma a amiga. “A nossa amizade era mais que especial”.
“Muito alegre”
Charlotte Luise Weller Lupoli comemorou aniversário de 65 anos de casamento no dia 12 de janeiro. Os momentos mais felizes da vida ela pode compartilhar com o marido, Wanderson Lupoli, e com as duas filhas, Elisabete Lupoli Chamorro e Margarete Lupoli. “Minha mãe amou muito, principalmente o esposo, que sempre testemunhou a satisfação que sentia no casamento”, afirma Margarete. Mulher de fé, Charlotte levou a sério a palavra de Deus, o que proporcionou levar outras pessoas para conhecer a religião.
“Foi mestra e, como professora, era dinâmica, autoritária e cheia de energia. Como mãe também, porque não suportava os erros de português, sempre nos corrigia”, relembra a filha. Conforme os familiares, a gargalhada era a marca de Charlotte, sorriso e abraço que farão falta àqueles que a amam. “Agradecemos a Deus pelo privilégio de ter aprendido muito com ela, e sempre a teremos em nossa memória como uma pessoa de fé, que valorizava a vida”.
