Presença feminina no tiro esportivo

Em Prudente, o Tênis Clube conta com um stand para os associados, de forma que, assim como a tendência mundial, a cidade também ganhou mulheres determinadas, fortes e com boa pontaria

VARIEDADES - GABRIEL BUOSI

Data 02/02/2020
Horário 06:18
Gabriel Buosi: Cristiane afirma que esporte desenvolve concentração e exige responsabilidade
Gabriel Buosi: Cristiane afirma que esporte desenvolve concentração e exige responsabilidade

A procura pelo tiro ao alvo por parte das mulheres tem crescido cada vez mais e, mesmo sendo uma demanda ainda tímida, mostra uma tendência na modalidade que é democrática e que muito cresce com a presença feminina dentro dos clubes de tiro e de competições por todo o mundo. Em Presidente Prudente, o Tênis Clube conta com um stand para os associados, de forma que, assim como a tendência mundial, a cidade também ganhou mulheres determinadas, fortes e com boa pontaria para o esporte. 

Cristiane Esteves é uma das personalidades femininas que treina semanalmente no stand do Tênis Clube. Desde 1999 dentro desse universo, a qual foi inserida graças à profissão do marido, que é policial militar, ela afirma a paixão veio logo nos primeiros contatos com o esporte. “O início para mim foi muito fácil e não tive dificuldades, pois sempre gostei muito desse ambiente”, ressalta.

Para Cristiane, entre as habilidades e os aprendizados conquistados ao longo das duas décadas de contato com o tiro estão a concentração psicológica e também na respiração, que fazem toda a diferença no momento do treino e competições, bem como a tranquilidade e capacidade que o esporte tem de “desligar” o competidor do mundo lá fora. Sobre a presença feminina nos clubes e campeonatos, ela afirma que, diferente de como era no fim dos anos 90, hoje, a mulher já faz parte desse universo.

“Muitas vinham por causa dos esposos, mas agora já se tornou uma busca espontânea. Sabemos que, sim, ainda é um ambiente com maioria masculina, mas estamos ganhando espaço cada vez mais”. Um exemplo disso é a presença das filhas nos treinos, Clara, de 10 anos, e Beatriz, de 13 anos, que acompanham de longe, em uma área segura, a paixão da mãe.

Cristiane ressalta nunca ter sofrido preconceito ou descriminação por causa do seu gênero, seja no clube ou em competições, e revela que muitos foram os títulos alcançados até o momento, como o primeiro lugar – com recorde – no Campeonato Paulista de Carabina 22 a 25 metros, há aproximadamente 15 anos, e o primeiro lugar no Campeonato Nacional, no ano passado. Daqui para frente o foco dela é nos treinos para que novas conquistas venham para a cidade. 

 

“PREZO PELA PERFEIÇÃO

DENTRO DO TIRO ESPORTIVO”

A fisioterapeuta de 49 anos, Luciana Tavares, também está presente neste universo e que a faz tão bem. Há mais ou menos quatro anos na modalidade, a praticante afirma que este é um esporte que desenvolve a cognição mental, concentração, fortalecimento muscular, respeito e a responsabilidade. “Participo do Tênis desde minha infância. Um local que sempre nos permitiu saber da existência do tiro ao alvo, o que ajudou eu e meu marido quando decidimos por fazer juntos, até mesmo por defesa pessoal”.

Luciana lembra que mesmo em um país machista, e com o mito de que a mulher não pode fazer muitas coisas, sabe que tem o dom de dominar a arma disponível para a prática do esporte. “Eu sou muito concentrada e tenho perfeccionismo, pois me cobro pela perfeição no alvo, e não poderia ser menos que isso. Desta forma, você vai indo contra você mesmo, se aperfeiçoando e lidando com suas próprias dificuldades”. Dentro deste mundo do tiro ela também afirma nunca ter sofrido nenhum tipo de descriminação.

 

ESPORTE DEMOCRÁTICO

E COM APRENDIZADOS

José Maria Lisboa, um dos instrutores responsáveis pelo stand do Tênis Clube de Presidente Prudente, afirma que qualquer um é convidado e bem-vindo para praticar o tiro, desde que atenda às recomendações e conte com todos os requisitos necessários: ser sócio de um clube de tiro, tirar a documentação junto ao Exército Brasileiro, fazer um exame psicológico e teste de tiro. Sobre a presença das mulheres, ele aponta que a porcentagem delas no esporte ainda é pequena, – 5% dos sócios em Presidente Prudente – mas afirma que é visível a mudança de cenário em todo o Brasil. “Elas atiram muito bem e têm mais facilidade para aprender e seguir as orientações”.

 

O Tênis Clube afirma que disponibiliza para os seus associados um stand de tiro em tamanho oficial e que o espaço pode ser utilizado por pessoas com certificado de registro autorizado pelo exército brasileiro, além dos demais requisitos mencionados na matéria. “Durante todo o ano acontecem diversos eventos feitos para desenvolver e mostrar as habilidades no manuseio. O stand está totalmente adequado às normas de federação internacional da modalidade”. O telefone do Tênis Clube é o 3226-4211.

Gabriel Buosi


Participantes devem cumprir uma série de requisitos e documentações para o esporte

 

 

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