O cenário na manhã de ontem na Praça da Bandeira, em Presidente Prudente, onda está localizado o camelódromo, era “pós-apocalíptico”. Os corredores estavam lotados de lixo, dos mais variados, muitos papéis, plásticos, restos do que foi retirado dos boxes durante a saída voluntária de 100% dos boxistas e até restos de alimentos, evidenciados pelo forte odor dos montes de sacos plásticos e emaranhados de fios elétricos.
“A respeito do lixo, é uma questão que tem que compreender, quando o prefeito veio e disse, ‘vocês têm mais dois dias para retirar as mercadorias’, que seria sábado e domingo e logo em seguida, no sábado, corta a energia, corta água, corta tudo, ficou inviável para todos. O pessoal teve que correr, porque tinha que usar energia para poder retirar as coisas. Então, foi um quebra-quebra e não teve espaço, infelizmente, quando se desmancha algo, é normal o lixo ficar em todo canto”, afirma o presidente da Associação Novo Shopping Popular, Ataíde Baranek. “Eu acho que houve algum exagero, mas nem tudo foram os próprios boxistas”, completa.
Os representantes da Prefeitura, por sua vez, evitaram comentar sobre a situação caótica na qual encontraram aquele que a partir de hoje será um canteiro de obras. Tanto o secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, Rodnei Rena Rodrigues, quanto o titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Alberto da Silva Corrêa, Casagrande, afirmaram somente que a preparação do local para a obra envolve, entre outras coisas, a limpeza da praça.
A OBRA JÁ
COMEÇOU
Ao passo que ainda há indefinição sobre os locais para onde vão os boxistas, Casagrande afirma que amanhã haverá reunião no Inova para discutir a infraestrutura do terminal rodoviário, as obras iniciam com todo vapor.
Rodnei Rena estava, logo pela manhã de ontem, supervisionando os ajustes finais, relacionados à limpeza, recolhimento dos animais que vivem no local pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), colocação de tapumes ao redor da praça para isolamento e recebimento de materiais, para hoje receberem a empresa vencedora da licitação.
Sobre a saída voluntária de todos os boxistas, Rodnei comemorou a tranquilidade com que seguiram os últimos capítulos do imbróglio. Ataíde Baranek, por sua vez, comenta que “a orientação da associação para todos os boxistas é que se dirijam a lugares públicos indicados, ou seja, no estacionamento da rodoviária e no terminal urbano, porque é um lugar público e isso força a volta do camelódromo”.
Casagrande afirma que cerca de 100 boxistas decidiram ir para o terminal, outros 100 para o Shopping Vila Romana e o restante, cerca de 70, a locais diversos. “Precisamos fechar o número exato em cada local e a estrutura que será montada, se serão containers, barracas ou coisas do tipo, para só então fazer as reformas necessárias”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico.
Casagrande tomou como exemplo o que ocorreu em relação ao Estádio Municipal Caetano Peretti, cujo estacionamento foi oferecido aos boxistas, e, mesmo a Prefeitura tendo feito um estudo sério no local, apenas dois boxistas optaram em se instalar lá. “Quando a juíza determinou o prazo para desocupação até 3 de janeiro, era para nos 20 dias que restavam discutir o que estamos discutindo hoje. Isso porque a resistência dos boxistas nos impediu de ter essa conversa”, destaca.
