Prefeito recusa proposta do transporte coletivo

Reunião marcada para hoje deve definir nova tarifa da Prudente Urbano; Bugalho sugeriu R$ 3,80 e contrapartida da Prefeitura

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 10/01/2019
Horário 04:02
Arquivo - Prefeitura sugere que passageiros paguem R$ 3,80 e empresa apresenta proposta de R$ 4,35
Arquivo - Prefeitura sugere que passageiros paguem R$ 3,80 e empresa apresenta proposta de R$ 4,35

A Prefeitura de Presidente Prudente e representantes da Prudente Urbano devem se reunir na manhã de hoje, às 9h30, para tentar chegar a uma decisão em relação ao novo preço do transporte coletivo do município. Isso porque, as partes se reuniram ontem para debater o mesmo assunto, quando o prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB) recusou a oferta de aumento de R$ 3,50 para R$ 4,35, já que sugeriu o valor de R$ 3,80 e, na contrapartida, encontraria outras formas de compensação, conforme a administração, como a redução do ISS (Imposto Sobre Serviços), que implicaria em uma queda mensal de R$ 90 mil aos cofres públicos como uma forma de “sacrifício”. A reportagem procurou a empresa, após saber da recusa da proposta apresentada, mas a porta-voz e advogada da Prudente Urbano, Renata Moço, afirmou que hoje terá continuidade a análise técnica, o que deve fundamentar o ajuste.

Conforme a Secretaria Municipal de Comunicação, a reunião inicial ocorreu na manhã de ontem, no Paço Municipal Florivaldo Leal, quando o chefe do Executivo recusou o aumento proposto de R$ 4,35. “Nas negociações, o prefeito propôs um reajuste bem inferior, elevando a tarifa para R$ 3,80, no caso de pagamento com o cartão de ônibus, e R$ 3,90 em dinheiro. Durante o encontro, ele e servidores da Semav [Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública] apresentaram planilhas com a análise técnica da proposta de reajuste, com base nas informações prestadas pela empresa sobre gastos com combustível, insumos, manutenção dos veículos, recursos humanos, entre outras despesas”.

Ainda conforme a Prefeitura, o corpo técnico da Semav chegou a quatro possíveis valores para a nova tarifa, que variam de R$ 4,07 a R$ 4,23, mas os preços não agradaram Bugalho, que descartou a possibilidade, tendo em vista os impactos que elas trariam à vida dos usuários. Desta forma, o prefeito propôs a tarifa de R$ 3,80 e, em contrapartida, sugeriu outras formas de compensação à empresa, como a redução do ISS incidente sobre o transporte coletivo, o que implicaria em uma queda de aproximadamente R$ 90 mil por mês, segundo a Prefeitura. Conforme a Secom, Bugalho afirmou que a medida mostra que a Prefeitura “está disposta a dar a sua cota de sacrifício para poupar os usuários de um aumento tão expressivo na tarifa, que seria difícil de suportar”.

A advogada e porta-voz da empresa, Renata, esclarece que a reunião de ontem foi para debates sobre a apresentação de dados técnicos e lembra que hoje será dada a continuidade na análise técnica de acordo com o contrato, edital e legislação municipal.

Solicitação do prefeito

Na reunião de ontem, ainda conforme a Prefeitura, Bugalho teria cobrado da Prudente Urbano o início das atividades dos três terminais urbanos de Presidente Prudente e que ainda seguem desativados, mesmo com os locais com suas estruturas todas prontas para uso. “A princípio, a ideia é de que o da zona norte seja o primeiro a ser incorporado nos itinerários do transporte, a partir de 1º de fevereiro. O da zona sul está previsto para ser utilizado após 1º de março e, finalmente, o da zona oeste deve ser iniciado em abril”, informa a Prefeitura. A variação nos prazos, no entanto, ocorre em função da necessidade de alterar itinerários de determinadas linhas.

SAIBA MAIS

Conforme já noticiado por este diário, a Prudente Urbano informou em outras entrevistas que a proposta na licitação do transporte público foi de R$ 3,50, com base em dados obtidos e apontados para o mês de dezembro de 2016, já que em dezembro de 2018, por permissão e regramento legal, foi protocolado o requerimento de reajuste da tarifa, como já sabido pelo município. Ou seja, foi elaborada uma atualização da planilha Geipot (Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes), nos mesmos termos propostos na licitação. Na ocasião, a advogada e porta-voz da empresa, Renata Moço, lembrou que foi levado em conta o regramento contido em lei municipal, que considera aspectos como custo variável para rodagem dos veículos, custos com pessoal de operação e manutenção, tributos, taxas e receitas provenientes do número de passageiros efetivamente pagantes.

Publicidade

Veja também