A Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), realiza desde a primeira semana do ano o levantamento do Índice de Densidade Larvária, conhecido como Índice Breteau, quando as equipes visitarão, ao todo, 4,2 mil imóveis sorteados. Dentre os itens vistoriados estão pneus, vasos de planta e caixa d’água. Conforme a diretora do órgão, Elaine Bertacco, o índice ainda não foi finalizado, mas a situação presente é de “extrema preocupação”, já que os moradores não se intimidam mais, uma vez que houve queda nos casos de dengue. O risco para um possível novo surto, porém, não é descartado.
As atividades das equipes da VEM deveriam ocorrer durante aproximadamente 15 dias, por ser considerada uma pesquisa rápida, mas devido às chuvas das últimas semanas o serviço tem sido prejudicado. Em todo o ano são três ações neste sentido, sendo janeiro, março e outubro. “Dos 4, 2 mil imóveis sorteados neste início do ano, são 600 espalhados por cada uma das sete áreas municipais. No encontro são perguntados sobre 40 tipos de recipientes, bem como ralos internos e externos, lonas e objetos que possam acumular água”, afirma.
A partir dos dados coletados, a Vigilância elaborará um relatório com os maiores riscos e problemas, mas a diretora já adianta que os números não serão positivos, já que a quantidade de larvas encontradas nos últimos dias tem sido “assustadora”. “As pessoas relaxaram em relação aos cuidados com a dengue, e se esqueceram do surto em 2016. Parece que está chovendo larvas e isso me preocupa, já que pode causar um novo grande problema”. Elaine informa ainda que a cada 10 amostras coletadas, nove são positivas ao mosquito Aedes aegypti e o fato deveria ficar como um alerta ou até mesmo um apelo aos moradores, para que limpem e busquem manter em dia os cuidados com a dengue.
A cada 10 amostras coletadas, nove são positivas ao Aedes aegypti
Elaine Bertacco,
diretora da VEM
Exemplo a seguir
A dona de casa, Marlene Groto, 45 anos, afirma que já houve casos de dengue na família, mas desde quando se mudou para o Parque São Matheus, ela diz que os cuidados com a casa são “extremamente importantes” para que não haja problemas com à Vigilância. “Sempre que as equipes passam por aqui, eles elogiam as atitudes que tomo, pois acho que se não fizermos nossa parte, ninguém fará”.
Por falar em atitudes, a reportagem encontrou diversos vasos de flores espalhados pelo quintal, todos munidos de areia e furos para a saída da água, além de um banheiro inutilizável no fundo do imóvel com todas as medidas tomadas para evitar a proliferação do mosquito. “Fui orientada a colocar o azulejo no ralo e logo providenciei, quero estar sempre em dia”, acrescenta.
Situação que preocupa
Este diário já noticiou nos últimos dias o problema enfrentado em Presidente Prudente com as caçambas de entulhos nas vias do município. Isso porque, conforme a Prefeitura, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) proibiu o descarte no aterro sanitário. Com o acúmulo de caçambas e lixos em terrenos da cidade, a diretora da VEM afirma que há uma grande preocupação, já que o período é de intensas chuvas. “Não colocamos nenhuma esquipe apenas para trabalhar em cima de caso, mas estamos de olho”.
Uma leitora, que preferiu não se identificar, entrou em contato com a reportagem na tarde de ontem, e diz ter presenciado caminhões de empresas que realizam o transporte dos entulhos na prática irregular de despejar os objetos em terrenos entre as cidades de Presidente Prudente e Álvares Machado, próximo ao Parque dos Pinheiros. A reportagem esteve no local e constatou, de fato, a presença de entulhos.
Procurada, a Prefeitura de Presidente Prudente, por meio de nota, atribui a responsabilidade aos empresários do setor, “que devem encontrar uma solução ao problema”.
