População deve estar atenta diante da aparente retomada da economia

EDITORIAL -

Data 14/07/2018
Horário 05:00

A região de Presidente Prudente pagou no primeiro semestre deste ano, R$ 234,3 milhões em impostos, o que resulta em um valor per capita de R$ 263 para cada um dos 888 mil habitantes da 10ª RA (Região Administrativa do Estado), conforme noticiado ontem por O Imparcial. Com essa “bolada”, seria possível adquirir, a título de exemplo, 2 mil carros de luxo ou 450 mansões de R$ 500 mil cada. O valor é expressivo e quase 10% maior do que o do ano passado, de acordo com o Impostômetro.

Apesar de o crescimento ser comemorado por economistas e segmentos da indústria e comércio como uma retomada da economia e maior estímulo do consumo (já que não tivemos neste período aumentos tributários muito expressivos), é importante que a população mantenha consciência no que diz respeito à economia doméstica.

Desde o início da recessão, em 2014, se tem algo que a população aprendeu foi sobre a importância de evitar dívidas que podem se tomar bolas de neve quando a situação piora. Não é um “sinal verde” para um consumismo desenfreado, com base unicamente em uma abertura de crédito. Esse momento de por o pé no freio, desacelerar e repensar os rumos que enfrentamos deve se transformar em uma responsabilidade maior sobre a forma como administramos recursos no dia a dia.

Muitas pessoas sequer sabem quanto, de fato, ganha e qual parcela deste total podem efetivamente gastar! Essa cultura de gastar até o que não se tem deve ser combatida, pois é danosa à sociedade nos mais diversos níveis: gera lixo que não sabemos administrar nem dar a destinação correta; gera um vazio existencial jamais preenchido pois produtos novos sempre se tornam velhos e substituíveis com a obsolescência programada; aliena a população que passa a valorizar excessivamente bens materiais.

Com isso, caminharemos para uma sociedade mais saudável (física, emocional e psicologicamente), que valorize mais o lazer e as relações interpessoais, se desvinculando desse ritmo frenético no qual o trabalhador mais passa tempo em seu ofício e em deslocamento do que fazendo qualquer outra coisa. O momento é de retroceder! Não nas condições trabalhistas, não em direitos garantidos e não em igualdade conquistada, mas dar um passo para trás na forma superficial de enxergar e viver a vida, para retomar valores preciosos e reorganizar a razão da nossa existência como sociedade e como indivíduos.

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