A Polícia Civil concluiu ontem o inquérito que investiga a morte do advogado de Presidente Venceslau, Nilson Aparecido Carreira Mônico, 60 anos, assassinado na semana passada em seu escritório. Segundo informações do delegado Adalberto Gonini, foi encaminhada ao Fórum do município a representação da prisão preventiva de Luiz Henrique Almeida Reis, 45 anos, empresário acusado de ser mandante do crime, que foi localizado no ABC Paulista.
Antes de apresentar a conclusão do inquérito, vale lembrar que, na semana passada, um ex-policial militar, exonerado do cargo, matou a tiros o advogado, sendo que, conforme a Polícia Civil, o autor teria confessado o crime logo que foi localizado, no mesmo dia em que ele foi cometido. “Ele teria sido contratado pelo empresário para dar um susto no advogado, o que não ocorreu, já que a vítima foi encontrada amarrada, amordaçada e de joelhos na cena do crime”, lembra a corporação.
Ao ser abordado, na época, o autor confessou que se deslocou de São Bernardo do Campo até o escritório do advogado em Venceslau, onde amarrou e disparou três vezes contra a vítima. O advogado chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Após investigações, a Polícia Civil chegou ao empresário do ABC Paulista, que seria o mandante do crime, e foi preso na cidade próxima da capital e chegou à região para ser interrogado e, inclusive, participou da reconstituição do crime.
Desta forma, o delegado lembra que, durante as oitivas, “alguns pontos” não apresentaram ligação entre a realidade e o que foi dito pelo empresário, sendo o inquérito concluído ontem, com a representação por parte da corporação, junto à Justiça, que pede pela prisão preventiva do acusado de ser o mandante do crime, que atualmente se encontra em prisão temporária. “Acreditamos que o juiz concederá o pedido e, se isso ocorrer, ele ficará preso até o julgamento”, acrescenta Adalberto.
Ainda segundo a Polícia Civil, no inquérito foi apontado o pagamento de R$ 2 mil adiantados ao ex-policial, além de contribuição que seria acertada após o ato, e, além disso, a corporação solicitou a cassação de todos os portes e licenças relacionadas a armas, já que foi comprovada que as munições usadas no crime foram compradas por ele.
Ação judicial
Como noticiado por O Imparcial, Nilson movia uma ação contra o empresário desde 2006, quando um motorista embriagado, que dirigia um caminhão de sua transportadora, envolveu-se em um acidente de trânsito, que causou a morte de um motorista autônomo venceslauense. Diante da ocorrência, a família da vítima moveu uma ação contra a empresa, atualmente avaliada em R$ 1,5 milhão. Em fevereiro deste ano, o advogado de defesa da família pediu a penhora de um apartamento localizado no Guarujá, de propriedade do empresário – o que teria motivado o crime.
Ato pela paz
O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cláudio Lamachia, e representantes da instituição, como o presidente em nível estadual, Marcos da Costa, estiveram na região na noite de quinta-feira, quando participaram de um Ato pela Justiça e pela Paz, que foi promovido na 64ª Subseção de Presidente Venceslau e objetivou homenagear o advogado assassinado. “Conforme Marcos, além da classe, o atentado também envolveu toda sociedade, por isso, foi proposto à subseção de Presidente Venceslau o ato público”, informa a OAB.