Polícia Civil expede ordem para investigar incêndio na Cooperlix

De acordo com delegado responsável pelo caso, Wagner Silva Negré, ainda é cedo para aventar qualquer hipótese; desastre comprometeu praticamente 100% de estrutura e maquinário

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 17/07/2018
Horário 04:01
José Reis - Chamas danificaram inclusive caminhão que era utilizado para a coleta nos bairros
José Reis - Chamas danificaram inclusive caminhão que era utilizado para a coleta nos bairros

A Polícia Civil de Presidente Prudente expediu, no fim da manhã de ontem, uma ordem para o início das investigações que deverão identificar se o incêndio registrado na sede da Cooperlix (Cooperativa dos Trabalhadores de Produtos Recicláveis de Presidente Prudente), na noite de sábado, teve origem criminosa ou acidental. De acordo com o delegado Wagner Silva Negré, o chefe dos investigadores designou um responsável para cuidar exclusiva e urgentemente do caso, contudo, ainda não há respostas. A autoridade afirma que teve ciência dos fatos pela manhã e precisa aguardar o resultado das diligências, sendo muito cedo para aventar qualquer hipótese. O prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB), no entanto, enfatiza com convicção que o desastre “foi praticado por alguém mal-intencionado” e que pode haver relação entre este e outro episódio no vazadouro municipal, há cerca de um mês.

Enquanto isso, na sede da cooperativa, o que era para ser uma manhã de trabalho começou com tristeza para 90 cooperados. Parte dos colaboradores esteve no local, situado na Rua Sebastião Salustiano, no Distrito Industrial Antonio Crepaldi, para demonstrar solidariedade e prestar conforto uns aos outros. Embora as chamas tenham sido controladas ainda no sábado, pequenos focos de incêndio continuavam a arder no local e a fumaça era insistente na manhã de ontem.

A presidente da cooperativa, Maria Aparecida Assis Silva, afirmou ter recebido, por volta das 20h30 de sábado, a ligação de um cooperado informando que a sede estava em chamas. Segundo ela, havia um guarda no local que tentou conter o fogo, mas não conseguiu. Segundo os funcionários, a possibilidade de se tratar de um ato criminoso pode se justificar pelo fato de que, enquanto o guarda tentava apagar o incêndio na parte de trás da cooperativa, novos focos surgiram na frente – ou seja, o fogo não se alastrou de forma linear, mas se deu em diferentes pontos.

Maria diz que boa parte dos cooperados mora nas imediações e, à medida que o incêndio tomava proporções maiores, as chamas passaram a ser nítidas à distância, o que fez com que muitos percebessem o ocorrido e se dirigissem até o local dos fatos. A constatação das perdas não tardou a vir: o incêndio danificou praticamente 100% da estrutura e do maquinário, com exceção de quatro caminhões, que foram resgatados a tempo pelos cooperados. Ademais, não foi possível recuperar um caminhão, quatro prensas, três esteiras, uma empilhadeira, uma enfardadeira, uma máquina de triturar garrafas pets (que nunca chegou a ser utilizada) e os carrinhos usados para o transporte de sacos. Também foram perdidos o material que já havia sido manipulado pelos colaboradores e aquele que ainda passaria por triagem.

Semea lamenta

O titular da Semea (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), Wilson Portella Rodrigues, esclarece que o incêndio de grandes proporções destruiu equipamentos e materiais e trouxe “enorme prejuízo” para a cooperativa e aos seus 90 cooperados, que dependem deste trabalho para a sua subsistência. Ele aponta que o local ficou “inviabilizado” e, diante disso, a secretaria atua para encontrar um novo barracão para a disposição do material reciclável. Além disso, já começou a comunicar os órgãos ambientais sobre o ocorrido e a respeito da situação emergencial. “A Prefeitura vai prestar todo o auxílio necessário para a retomada dos serviços, se solidariza com os cooperados e pede a compreensão de toda a população. Sinto muito pelo incidente”, lamenta. Enquanto isso, permanece suspensa a coleta seletiva em Prudente, conforme determinado pela Semea.

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), por sua vez, denota que, até a manhã de ontem, não foi notificada pela Prefeitura ou cooperativa sobre o incêndio, mas caso seja solicitado o licenciamento de um novo local – e considerando a finalidade da Cooperlix, que presta serviço público –, a companhia dará prioridade ao pedido.

Bugalho complementa que há um novo barracão em conclusão – conforme já noticiado por este diário –, porém, a operação do local ainda depende da aquisição das esteiras, o que ficou a cargo da Prefeitura. “Esperamos que, dentro de algumas semanas, consigamos colocar os catadores para trabalhar nesse novo lugar. Até lá, precisamos encontrar um espaço provisório para a continuidade da coleta seletiva”, pontua.

 

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