Não há consenso entre os motoristas sobre a placa padrão Mercosul, que passou a ser obrigatória a partir de 31 de janeiro de 2020. Há prudentinos que acham uma boa opção, outros que não, alguns que sequer possuem opinião a respeito e outros que não se informaram bem sobre o assunto. A verdade é que por lei (Resolução 780/2019) do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), os veículos com primeiro emplacamento; aqueles que farão mudança de categoria do veículo em caso de furto, extravio, roubo ou dano na placa; em situações de mudança de município ou de Estado; quando o veículo for reprovado em vistoria veicular nos procedimentos de transferência com observações sobre a placa e/ou lacre; ou na necessidade de instalação de placa adicional traseira.
A vendedora Cristiane Silva, 27 anos, é contra a mudança, acha desnecessário trocar o modelo da placa. A promotora de vendas Marta Adriana Molina, 47 anos, também não acredita que tenha sido uma medida boa. “Atualmente dá para ver na placa o Estado, cidade, agora só vai ter o símbolo, não dá para identificar, acho isso ruim”, comenta. A opinião é parecida com a do mecânico Jair da Silva, 78 anos. “Se vejo alguém fazer uma ‘barbeiragem’ na rua, logo vejo a cidade, se for de fora, a gente dá um desconto por não conhecer o transito da cidade”, explica.
A visão do frentista Gilberto Carlos Gouvea, 52 anos, é diferente. O fato de não possuir a cidade ele considera um avanço, pois, desta forma, só saberá de onde é o motorista, os que possuam acesso às informações do QR Code (Quick Response Code), um código de barras dinâmico, é a polícia. “É uma segurança a mais”, acredita Gilberto. Ele, que trabalha com carros durante todo o dia no posto Eldorado, em Presidente Prudente, afirma que é difícil ver um carro com a nova placa, e quando há, costuma vir de fora.
LÓGICA DA LIVRE
CONCORRÊNCIA
"O novo emplacamento seguirá a lógica da livre concorrência, não havendo definição de preços por parte do governo federal. Na prática, os Detrans [Departamentos de Trânsito] estaduais vão credenciar empresas capacitadas para não só produzir as placas como também vendê-las ao consumidor final. Portanto, o proprietário do veículo poderá buscar o valor mais em conta na hora de adquirir o item", informou o Ministério da Infraestrutura em reportagem já veiculada neste jornal.
Em Prudente, uma dessas empresas credenciadas ao novo modelo é a MR Placas. O gerente Luiz Carlos dos Santos Júnior, 33 anos, afirma que muitas pessoas ainda procuram se informar, ligando no local. “Muita gente acha que é obrigado a trocar a placa, mas estamos passando a informação correta”, enfatiza.
Por lá, a procura baseia-se principalmente naqueles em há obrigação, mas ocorre, vez ou outras, aqueles que trocam por estética, por achar bonito, algo que é permitido pelo Detran.
Sobre a concorrência livre e fim das licitações que garantiam monopólios a empresas do ramo, Luiz Carlos acredita que o novo modelo garantirá aos consumidores, por conta da concorrência, melhor atendimento e qualidade dos produtos.
SAIBA MAIS
As placas Mercosul têm sempre fundo branco e são formadas por quatro letras e três números dispostos da seguinte maneira: AAA0A00. Ao invés da placa, serão os caracteres que mudarão de cor conforme a destinação do veículo: preta (particular); vermelho (aluguel e aprendizagem); azul (oficial e representação); dourada (diplomático ou consular); cinza/prata (colecionador); verde (especial – experiência de fabricantes).
NÚMEROS
456.976.000
quantidade de combinações permitida pela novo modelo
175.760.000
quantidade de combinações permitida pela placa antiga
6 vezes
a implantação do novo modelo foi adiada
5 milhões
de veículos são emplacados com a Mercosul atualmente
2023
estimativa do governo para que toda frota brasileira esteja circulando com a nova placa
Fonte: Ministério da Infraestrutura
