Pinacoteca do Matarazzo eterniza nome do músico Laerte Bueno Júnior

Conforme Fábio Nougueira, titular da Secult e amigo pessoal do artista, homenagem e reconhecimento são necessários, pois ele foi um dos maiores contribuintes da cultura local

VARIEDADES - SANDRA PRATA

Data 15/08/2018
Horário 04:00
Arquivo - Como vocalista, Laerte criou com amigos o grupo “Os Temperamentais” que foi sucesso alegrando festas na década de 60
Arquivo - Como vocalista, Laerte criou com amigos o grupo “Os Temperamentais” que foi sucesso alegrando festas na década de 60

A Pinacoteca Municipal de Presidente Prudente, que foi inaugurada em fevereiro de 2016, acaba de ser nomeada como “Pinacoteca Municipal Laerte Bueno Júnior”, um PL (Projeto de Lei) 609/2017, de autoria do próprio prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB), - homenagem especial ao músico que faleceu no dia 28 de junho deste ano. A data para inauguração do novo nome do espaço que está localizado no Centro Cultural Matarazzo, ainda não foi definida.

De acordo com o titular da Secult (Secretaria Municipal de Cultura), José Fábio de Sousa Nougueira, que também é grande amigo do “velho Laerte”, como ele se refere ao músico, entende a inciativa de reconhecimento mais que necessária.

“Não há um que entenda de cultura, que conhece a história desse setor na cidade, que não sabe a importância que ele teve, o engajamento em muitas idealizações e projetos para que tomassem o rumo que se chegou até os dias de hoje. A Pinacoteca agora revive a memória de um dos maiores contribuintes da cultura local”, explana o amigo.

Entre as principais contribuições do amigo, Fábio destaca sua grande influência no próprio acervo da pinacoteca. “Grande parte das obras do acervo da pinacoteca eram do antigo Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente que foi idealizado pelo Laerte. Assim como muitas obras que temos hoje. Diversas pessoas devem muito ao Laerte”, acentua o secretário.

Fábio acredita na ideia de que nada se constrói sozinho. E mais uma vez, partindo desse pensamento, ele ressalta que toda a estrutura cultural presente no município, atualmente, ao menos iniciaram nos sonhos de Laerte.

“Conhecendo a figura como eu conhecia, tenho certeza que mesmo que nunca tenha dirigido o Matarazzo, por exemplo, ele, em algum dia, já disse que aquele espaço seria um excelente centro cultural [risos]”, explana.

Entre tantos marcos em vida, Laerte foi o vocalista do conjunto “Os Temperamentais” e teve passagem pela Delegacia de Cultura do Estado de São Paulo.

Reconhecimento e agradecimento

Fábio mesmo diz dever muito ao velho amigo, por estar como titular da Secult e pelo contato com o meio cultural. “Conheci ele quando tinha uns 17 para 18 anos em minha primeira oficina de teatro, na época em que ele era delegado de cultura em Prudente. A admiração só cresceu. Mas, foi só em 84 que me aproximei de fato dele, quando trabalhamos juntos, pela primeira vez, no Salão do Livro. Sempre tive a presença dele como amigo apoiador e conselheiro. Esta homenagem é justa para uma pessoa fantástica”, frisa Fábio.

Sobre o legado que Laerte deixa, principalmente para as próximas gerações que não chegaram a conhecê-lo, Fábio diz que a ideia é e sempre será de que nada surge do nada. “É imprescindível que entendam que existe alguém por trás da nossa realidade, hoje. Que alguém começou tudo, e ele [Laerte] sonhou com grande parte do que temos vivido culturalmente”, pontua.

Arquivo - Fábio Nougueira diz que deve a Laerte sua base no meio cultural

Breve histórico

Como já noticiado neste diário, o professor Laerte era um amante da música e das artes plásticas. Junto com os amigos criou o grupo “Os Temperamentais” que alegrava os palcos com sucessos da época de 1966. Após anos longe dos palcos, em outubro do ano passado Laerte Bueno, Deodato da Silva, diretor administrativo deste impresso, Nélio, Renato (in memoriam), Paulinho, Tonhão, Arlindo e Adalberto: todos da primeira formação do grupo, e o ex-integrante e pioneiro de Os Sombras, Jair Romano - representando os companheiros Julinho, Pelé e Carrara-, brilharam em um show mais que especial, no Teatro Paulo Roberto Lisboa, no Centro Cultural Matarazzo.

“Ele era alguém alegre, compreensivo e prestativo. Sempre estava por perto quando alguém precisava para trocar ideias ou dividir uma cervejinha, muitas pessoas não reconhecem, mas ele foi um símbolo e devemos muito cultural e intelectualmente a pessoa do velho amigo Laerte!”, exclama o secretário de Cultura.

Arquivo: Show mais que especial dos integrantes de Os Temperamentais e Os Sombras, no Teatro Paulo Roberto Lisboa, no Centro Cultural Matarazzo

Sempre tive a presença dele como amigo apoiador e conselheiro. Esta homenagem é justa para uma pessoa fantástica”

José Fábio de Sousa Nougueira

Titular da Secult

José Reis - A partir de agora, espaço passa a se chamar “Pinacoteca Municipal Laerte Bueno Júnior”

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