PIB regional apresenta retração de 2,7% em 2018

Fundação Seade revela a queda, mesmo que a região tenha apresentado, em reais, aumento, já que em 2017 a movimentação ficou em R$ 26,7 bilhões, que passaram para R$ 26,9 bilhões

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 14/08/2019
Horário 06:29
Arquivo -  Setor agropecuário foi o que apresentou melhores números no acumulado de 2002-2018
Arquivo - Setor agropecuário foi o que apresentou melhores números no acumulado de 2002-2018

O PIB (Produto Interno Bruto) da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, que é a região de Presidente Prudente, em 2018, apresentou uma retração de 2,7% se comparado com o ano anterior. Os dados são da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), foram divulgados ontem e revelam a queda, mesmo a região apresentado, em reais, um aumento entre os dois períodos analisados, já que em 2017 a movimentação ficou em R$ 26,7 bilhões e que passaram para 26,9 bilhões no ano passado. A fundação, no levantamento, apresenta ainda uma série com números desde 2002 sobre a região, sendo que dos setores analisados, a agropecuária se destaca com uma taxa de crescimento acumulada em 95,6%, seguida do setor de serviços, com 31,9%, e da indústria, única com resultado negativo (-13,9).

A retração de 2,7%, se comparada com as demais 15 regiões administrativas do Estado, revela que a 10ª RA ficou com o segundo pior desempenho, ficando na frente apenas da região de Registro, que teve retração de 3% em 2018. Em nível de informação, o melhor crescimento foi da região de Sorocaba, com taxa positiva de 3,6%, e Bauru, com 2,4%.

Sobre a taxa de crescimento no acumulado desde 2002, a Fundação Seade expõe que o Estado de São Paulo, na agropecuária, teve crescimento de 37,7%, enquanto que a região fechou com os 95,6% anunciados. O setor de serviços no Estado fechou com crescimento de 51,3, frente aos 31,9% da região, e o da indústria, que ficou negativo na 10ª RA, fechou o período de forma positiva no Estado, com 17,3% .

Na participação na economia paulista, a agropecuária regional também se destaca com os melhores números, já que em 2002 a participação era de 4,3%, que aumentou para 6% em 2010 e teve uma leve retração no ano passado, quando fechou em 5,8%. Já na estrutura econômica regional o destaque vai para o setor de serviços, que em 2018 fechou o período com taxa de 62,9%.  

Análise dos números

Conforme a Fundação Seade, o PIB não foi uniforme ao longo dos 16 anos entre as regiões do Estado. O período 2002-2018, por isso, pode ser analisado a partir de quatro momentos distintos, segundo os ciclos econômicos. Uma delas, a fase compreendida entre 2003 e 2008, conforme a fundação, foi marcada pela “expressiva expansão” da atividade econômica em todas as regiões do Estado. “Favorecidas especialmente pelo crescimento do consumo doméstico, pela expansão dos investimentos e pelo ‘boom’ dos preços das commodities”.

Já como um reflexo da crise global de 2008 e do fim dos ciclos de commodities, o período 2009-2013 teria se caracterizado pela desaceleração da atividade econômica no Estado. “Em termos regionais, ocorreu redução do ritmo de crescimento do PIB em 11 das 16 das regiões do Estado”. Em 2014, por sua vez, o período foi marcado pela “profunda crise” da atividade econômica do Estado, que se estendeu até 2016 e provocou fortes impactos regressivos em toda a economia paulista, conforme a Fundação Seade.

O levantamento mostra, por fim, que a partir de 2017, com a retomada da atividade global e a adoção de medidas de incentivos internos, como a ampliação do crédito às famílias e redução dos juros, a economia paulista entrou em processo de “modesta e lenta recuperação”, puxada inicialmente pela reativação da indústria.

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