O valor corrente do PIB (Produto Interno Bruto) na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo cresceu 10,64% em 2016 na comparação com o ano anterior, revelam dados divulgados recentemente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2015, a produção de riquezas na região ficou em R$ 24 bilhões, ao passo que, no ano seguinte, o montante saltou para R$ 26,5 bilhões. Em termos de participação, Presidente Prudente responde pela maior soma de bens e serviços produzidos, com R$ 7,4 bilhões. Quanto à evolução mais expressiva, destaca-se Estrela do Norte, cujo montante passou de R$ 50,9 milhões para R$ 83,3 milhões, o que corresponde a um progresso de 63,48%. A alta chama a atenção de representantes de setores, que não esperavam uma reação positiva do PIB em meio a um ano de intensa crise econômica. Segundo eles, o desempenho desperta expectativas otimistas em relação aos anos posteriores e mostra que a região “tem capacidade de se manter produtiva” mesmo perante uma economia recessiva.
O economista Eder Canziani acredita que se o cenário em 2016 fosse economicamente favorável, a região teria alcançado uma marca ainda mais elevada. Ele explica que o PIB está diretamente ligado à formação de emprego, logo, a perda de postos de trabalho após a intensificação da crise pode justificar o crescimento menos expressivo da cifra. O profissional pondera que os municípios brasileiros ainda não se recuperaram deste período, também afetado pela descrença dos cidadãos na política vigente. Nesse contexto, cogita que resultados mais sólidos deverão ser observados à medida que reformas forem executadas pelo novo governo. “E, ainda assim, essas mudanças não deverão ocorrer a curto prazo, considerando que o rearranjo econômico requer tempo”, avalia. O economista aponta que tais ajustes são necessários porque os empresários ainda veem a recuperação gradual da economia como uma situação incerta. “Para eles, não basta voltar a oportunizar empregos. É preciso que se sintam confiantes no futuro do país”, comenta.
Eder defende que a região de Prudente tem potencial para produzir riquezas, principalmente no ramo industrial, que enfrentou déficits de emprego significativos nos últimos tempos, conforme noticiado por este periódico. O economista destaca a prevalência de médias empresas dos setores de couro e alimentos, como também as usinas sucroalcooleiras. No entanto, pondera que muitas delas esbarram na dificuldade de agregar valores a seus produtos. “Não adianta gerar emprego se o recolhimento de impostos é pequeno. Caso tivéssemos uma cadeia produtiva em que os insumos sofressem outras transformações, os preços certamente seriam valorizados. É o caso do leite: enquanto um produtor daqui vende o leite in natura, o trabalhador de outros locais fornece o alimento pasteurizado, o que agrega valor ao produto”, considera.
Para ele, este processo requer investimentos, mas é plenamente exequível a partir do momento em que os administradores públicos buscarem resultados unificados. “Vivenciamos hoje um crescimento horizontal chamado espraiamento, no qual os avanços e modernizações vão se expandindo até chegar a nós. Creio que haverá um momento em que a nossa região também estará recebendo empresas que ofereçam outros benefícios em termos de bens e serviços”, pondera.
Setores
Para o diretor regional do Ciesp/Fiesp (Centro e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Wadir Olivetti Junior, é “sempre positivo” confrontar números que favoreçam o desenvolvimento local e comprovem que os investimentos aplicados na economia têm gerado retorno aos municípios. Já o gerente regional do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), José Carlos Cavalcante, relata que o PIB verificado, embora pudesse ser maior, não deixa de ser um “indicador bastante otimista”, já que significa que houve a criação de empregos ou a manutenção deles em alguns setores.
O presidente do Sindicato Rural de Presidente Prudente, Carlos Roberto Biancardi, por sua vez, pontua que, apesar da crise, os bens e serviços da região conseguiram garantir uma “destinação razoável”, sendo que “o agronegócio teve uma participação importante nesse sentido”. “A agropecuária é um segmento que gera mão-de-obra, emprego, circulação de riquezas e arrecadação de tributos para a região e necessita de mais avanços, investimentos e modernizações para continuar fortalecendo o PIB”, argumenta.
Evolução do PIB por município
Município |
População |
PIB 2015 (R$ 1.000) |
PIB 2016 (R$ 1.000) |
Evolução |
Adamantina |
35.048 |
1.059.097 |
1.152.441 |
8,81% |
Alfredo Marcondes |
4.101 |
71.689 |
74.432 |
3,83% |
Álvares Machado |
24.651 |
419.928 |
470.527 |
12,05% |
Anhumas |
3.999 |
58.980 |
68.007 |
15,31% |
Caiabu |
4.206 |
50.163 |
57.475 |
14,58% |
Caiuá |
5.560 |
73.220 |
78.775 |
7,59% |
Dracena |
45.847 |
1.072.620 |
1.121.150 |
4,52% |
Emilianópolis |
3.174 |
49.798 |
59.710 |
19,90% |
Estrela do Norte |
2.761 |
50.992 |
83.360 |
63,48% |
Euclides da Cunha Paulista |
9.642 |
110.015 |
112.224 |
2,01% |
Flora Rica |
1.634 |
32.266 |
35.514 |
10,07% |
Flórida Paulista |
14.000 |
179.998 |
188.007 |
4,45% |
Iepê |
8.070 |
200.933 |
243.516 |
21,19% |
Indiana |
4.941 |
59.362 |
60.022 |
1,11% |
Inúbia Paulista |
3.881 |
120.281 |
124.059 |
3,14% |
Irapuru |
8.187 |
79.185 |
84.026 |
6,11% |
Junqueirópolis |
20.066 |
867.847 |
951.295 |
9,62% |
Lucélia |
21.196 |
360.646 |
395.513 |
9,67% |
Marabá Paulista |
5.435 |
121.003 |
146.392 |
20,98% |
Mariápolis |
4.072 |
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