PIB da região acelera 0,8% e atinge R$ 24,8 bilhões

Dados divulgados pela Seade indicam que a 10ª RA está em 11º lugar na evolução das regionais; economia atingiu R$ 24,8 bi

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 17/04/2018
Horário 09:14

A Fundação Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) divulgou ontem um estudo sobre o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) nas regiões do Estado de São Paulo em 2017. Na 10ª RA (Região Administrativa), o indicador acelerou 0,8% quando comparado ao ano de 2016 e atingiu o valor de R$ 24,8 bilhões na economia. Apesar deste crescimento, a região possui uma evolução não significativa, quando comparada ao restante do Estado. No ranking da taxa de crescimento, ocupa o 11º lugar, onde divide a colocação com RAs de Barretos e Bauru. O primeiro lugar é ocupado pela região de Registro, com evolução de 6,5% no PIB.

Na análise aos fatores que contribuem para o crescimento do PIB, o setor industrial da região apresentou evolução de 2,2%, enquanto que a agropecuária teve taxas de -3,2% de evolução comparada a 2016. Ainda nos dados, é possível observar que o setor de serviços não apresentou crescimento e nem queda significativa na economia e permaneceu estagnado em 0%.

O economista Wilson de Luces Fortes Machado acredita que o PIB regional não crescerá muito, uma vez que observa uma baixa na massa salarial, que depende do crescimento da política nacional. “Existem muitos desempregados na região, isso reflete no desenvolvimento dos setores”, afirma. Desta forma, não há expectativa a curto prazo de que haja uma mudança neste cenário, “até por conta do período eleitoral” que “reflete na economia”.

Em uma breve análise nos resultados da taxa de crescimento do PIB no ano passado, em comparação a 2016, o economista diz que o setor de serviços se manteve estagnado, uma vez que não houve crescimento e nem diminuição econômica. Contudo, acredita que a elevação do setor industrial ocorre sobre um valor absoluto pequeno, que não é tão significativo. No setor agropecuário, Wilson diz que o valor agregado aos produtos foi muito baixo no último, o que reflete diretamente no desenvolvimento.

 

“Ano difícil”

Para Wadir Olivetti Junior, diretor regional do Ciesp/Fiesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo e Federação da Indústrias do Estado de São Paulo), o aumento na porcentagem do setor industrial ocorre devido ao crescimento nas vendas comerciais no final do ano passado que, de acordo com ele, refletiu no crescimento da indústria. Ele afirma que nos últimos meses, houve um crescimento no setor que deve oscilar durante este ano. “Em comparação a outros anos que foram difíceis no setor, a indústria evoluiu na região. Pode ser que em 2018 fechemos na mesma média a contribuição ao PIB”.

Lauro Eiji Tiba, engenheiro agrônomo da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), acredita que a baixa porcentagem no setor da agropecuária levou em conta o valor atribuído às produções regionais no ano passado. Dentre os que podem ter influenciado o índice, Lauro diz que o milho estava bastante desvalorizado, o que rendeu baixo orçamento ao produtor.

Além deste, conta que a estagnação da pecuária contribuiu negativamente para a porcentagem no crescimento do setor. “O preço do bezerro estava em torno de R$ 900 e hoje, está na casa de R$ 1.050”, afirma. No entanto, espera que haja uma melhora neste ano, já que percebeu alguns reajustes nos valores de produções.

 

SAIBA MAIS

VOCÊ SABE O QUE É O PIB?

Conforme explica o economista, este é o resultado do que é produzido em bens e serviços em uma localidade, durante o período de um ano. Ele esclarece que no cálculo, é somada toda a produção industrial, agropecuária e volume do comércio que estão no fim da carreira produtiva. Após as somas, Wilson acrescenta que os valores são utilizados como indicadores em análises de projetos regionais pelos governos que planejam ações.

Taxas de crescimento do PIB nos quatro trimestres de 2017
Posição no ranking Regiões Administrativas PIB Indústria Serviços Agropecuária PIB em bilhões de R$ (2017)
RA Registro 6,5 13,3 2,9 -3,5 9,9
RA Marília 5,9 5,5 6,2 -1,9 32,1
RA Sorocaba 5,6 9,5 3,5 1,2 100,8
RA Baixada Santista 3,5 5,7 2,6 -13,2 *
RA Campinas 3,1 5,6 1,5 5,8 371,8
RA Itapeva 2,9 -3 1,5 3,7 12,7
RA São José dos Campos 2,2 -2,7 5,4 -1,7 109,5
RA Central 1,6 -0,6 2,3 -1,1 36,9
RA São José do Rio Preto 1,6 3 0,9 -2,2 47,6
10º RA Ribeirão Preto 1,5 -0,3 1,9 -5,2 53,1
11º RA Barretos 0,8 -7,8 3,6 -3,2 15,2
RA Bauru 0,8 0,3 0,9 -5,9 39,5
RA Presidente Prudente 0,8 2,2 0 -3,2 24,8
12º RA Franca -0,5 0,4 -0,2 -12,7 22,8
13º RA Araçatuba -1,5 -11,5 1,1 -3,7 21,6
Fonte: Fundação Seade/ * Valor não informado pela pesquisa      
Publicidade

Veja também