As pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida possuem diversos direitos voltados para acessibilidade e a inclusão na sociedade. Para que eles sejam efetivados, surgem as políticas públicas, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência e as cotas em concursos e vestibulares. No entanto, para que isso consiga ser colocado em prática, os cidadãos devem estar cientes destes direitos, para que não passem despercebidos em algumas situações. Devido a isso, as mobilizações e discussões acerca deste assunto são de grande importância para que haja o empoderamento deste conhecimento por parte dos deficientes.
Para isso, foi desenvolvida uma palestra em alusão ao Setembro Verde na manha de ontem, no AME (Ambulatório de Especialidade Médicas), em Presidente Prudente, onde foi discutida a relação entre a acessibilidade e as políticas públicas. Com a condução da assistente social da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Paloma Monique Campos Carneiro, o evento contou a presença de cerca de 50 pessoas, entre pacientes, acompanhantes e funcionários do local.
“O cidadão só funciona na base da mobilização”, declara Paloma. A assistente social fala que, na maioria das vezes, os deficientes não procuram um órgão especializado para se informar sobre seus direitos. Por isso, ela diz que é necessário que as instituições saiam da zona de conforto para levarem essas informações para quem não as conhece. “Eles precisam ter propriedade do reconhecimento dos direitos”, afirma.
Paloma também diz que o Estado possui a função de promover a formulação destas políticas, mas que a sociedade também possui papel importante para o cumprimento das medidas. “Em Presidente Prudente, eu vejo um trabalho muito bom sendo desenvolvido, mas ainda existem muitas coisas para serem trabalhadas”, expõe.
Maria Aparecida Silva, 55 anos, aposentada e deficiente devido a um acidente de trabalho, considera o evento importante para informar as pessoas acerca dos direitos que possuem. “Às vezes, passam por muitas dificuldades, mas por não conhecer nossos direitos, acabam por momentos complicados e constrangedores”, afirma.
Setembro Verde
A assistente social e supervisora do serviço social do AME, Mayara Lima Lopes, 31 anos, fala que o Setembro Verde faz jus à luta pela inclusão da pessoa com deficiência. O objetivo é discutir as dificuldades que a sociedade tem em relação a este assunto, como a questão do preconceito. “Muitas vezes, as pessoas acham que os deficientes têm que ser excluídos, ficando só em casa, sem o direito de estudar, entre outros. No entanto, são pessoas comuns, com direitos e acessos”, explica.
No evento, Paloma listou quatro barreiras que frequentemente são enfrentadas por este público. As atitudinais são referentes a preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações que marginalizam e excluem as pessoas com deficiência. As arquitetônicas consistem em obstáculos que impedem o acesso e o uso do ambiente, espaços e equipamentos de uso individual. As comunicacionais são obstáculos que impedem a comunicação interpessoal, como leitura e produção escrita por parte da pessoa com deficiência ou necessidade educacional específica. E, por fim a metodológica, que são os métodos e técnicas de estudos de ação comunitária ou educação não formal, que permitem que o deficiente tenha acesso ao estudo trabalhado.
PROGRAMAÇÃO DO SETEMBRO VERDE
Hoje
9h: Apae – Apresentação de coral e banda
Local: Pátio do AME
13h: Apresentação da Fisiatria
Tema: A importância da reabilitação – Carolina Pinheiro Nakama
Local: Pátio do AME
16h às 17h: Workshop de libras com colaboradores
Professor Flávio
Local: Sala de reuniões administrativas
Amanhã
13h: Apresentação de dança com alunos da Apae
Local: Pátio do AME
16h às 17h: Workshop de libras com colaboradores
Professor Flávio
Local: Sala de reuniões administrativas
Sexta-feira
15h: Apresentação de música em libras – Colaboradores do workshop
Local: Pátio do AME
