Persecutoriedade-paranoia

É uma sensação de grande mal estar e de um profundo desconforto. Assim como se estivéssemos sendo perseguidos por bandidos, ladrões, animais ferozes ou até mesmo grande temporal. É um desastre que nos ronda. Sensações de que algo ruim está para acontecer. Se algo bom acontece, inicia a sensação de que algo de muito ruim virá a qualquer momento. É um sofrimento muito grande quem se encontra nesse estado, de persecutoriedade. Às vezes ouvimos alguém falar em paranoia, “Ah! você está paranoica! E o que vem a ser isso? As sensações e percepções que nos invadem, ou seja, quando são produzidas pelo psiquismo, são de uma dimensão sem medidas. Fantasias, imaginário, ou pensamentos soltos e esparramados, são confundidos com realidade comprometendo todo nosso comportamento.

Metaforicamente estamos aprisionados. Não é necessário prisão real. A prisão que criamos fruto de fantasias é muito grande. As fantasias são necessárias e iniciam desde que nascemos. Já viram bebes chorarem copiosamente quando algum estranho as pegam? As crianças estão vendo “bichos” que aproximam delas. Elas não sabem que são vizinhos, amigos, avós, etc., e que querem o bem delas. Nós, seres humanos, somos frutos do que introjetamos e projetamos desde quando somos concebidos. Somos produtos ontogenéticos (relação mãe-bebe intrauterino) e filogenéticos.

Somos herdeiros de antepassados. Quando introjetamos (colocamos para dentro de nós), aspectos ruins. Daí, vamos projetar (jogar no outro ou fora) só o ruim. Se introjetarmos só o mau, seremos constituídos de só figuras ruins, más, e seremos muito paranoide ou persecutório. O ideal é que nosso universo permita que entre mais (introjeções) o amor, carinho, respeito, dialogo, enfim, afeto. Nosso emocional será criativo e produtivo. Nossas projeções implicarão em fertilização do bem. Claro que não podemos idealizar que façamos somente introjeções boas, seria utópico. Mas que seja mais o bom do que o mau.

O paranoide tem uma sensibilidade para a rejeições. Tendência a guardar rancores persistentemente. Desconfiança excessiva e uma tendência exagerada a distorcer as experiências por interpretar erroneamente as ações neutras ou amistosas de outros como hostis ou depreciativas. Obstinado senso de direitos pessoais e sensação de estar sendo injustiçado em relação a esses direitos, em desacordo com a situação real. Suspeitas recorrentes, sem justificativa, com respeito à fidelidade sexual do parceiro. Tendência a experimentar autovalorização excessiva, manifesta em uma atitude persistente de auto-referência.

Preocupação com explicações “conspiratórias”, não baseadas em dados reais. Não podemos confundir transtorno de personalidade paranoide com características paranoides. Muitas vezes temos alguns traços paranoides ou persecutórios, mas não temos o transtorno. O transtorno de personalidade há uma marcante desarmonia que se reflete tanto no plano intrapsiquico como no plano das relações interpessoais. O transtorno de personalidade, embora de modo geral produzam consequências muito penosas para o sujeito, familiares e pessoas próximas, não é facilmente modificável por meio de experiências de vida (não aprende com a experiência); tende antes a se manter estável ao longo da vida.

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