O montante repassado em nível federal à saúde dos municípios da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, em 2018, representa uma renda per capita de R$ 0,69 ao dia, ou R$ 221,89 no acumulado do ano. O valor é R$ 0,19 a menos que a per capita do Estado e R$ 0,33 inferior à média nacional. As informações foram fornecidas pelo Ministério da Saúde e cruzadas com a quantidade de munícipes da região por meio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), além de revelarem um cenário que preocupa as administrações locais.
A consulta dos dados junto ao Ministério da Saúde e do IBGE ocorreu no dia 14 de novembro, próximo das 15h20, e mostram que a federação destinou à região de Presidente Prudente o montante de R$ 197.733.236,25 de janeiro até a data em questão. Se o valor for dividido pelo número de cidadãos da 10ª RA, que é o de 891.130 pessoas, conforme noticiado por este diário em agosto, é possível obter o equivalente a R$ 221,89 destinados aos cuidados com a saúde pública por pessoa no período em questão, ou os R$ 0,69 por dia.
Em nível de comparação, o Estado de São Paulo registrou um repasse à saúde de R$ 12.850.631.654,22, o que dá a renda de R$ 281,33 para cada um dos 45.676.918 habitantes, com uma renda per capita de R$ 0,88 ao dia. Para todos os Estados e para o Distrito Federal, por sua vez, R$ 68.017.590.033,35 foram repassados para o cuidado com a saúde pública, o que representa a renda de R$ 325,28 por pessoa no ano, ou R$ 1,02 ao dia.
Das 53 cidades que compõem a 10ª Região Administrativa, Prudente foi a que teve o melhor desempenho no que diz respeito ao repasse, com R$ 22.618.450,05 até a data da consulta, o que, para o secretário municipal de Saúde, Valmir da Silva Pinto, é inferior às necessidades locais. Tendo o número como norte, é possível calcular uma renda per capita de R$ 99,60 no ano ou R$ 0,31 para cada um dos 318 dias corridos até a data da consulta. “Mais da metade da nossa verba com a saúde é oriunda de recursos próprios e isso mostra que o que é repassado para nós não tem sido suficiente. Estamos chegando a quase 30% das despesas da administração para o setor, sendo que o correto seriam 15% e essa situação é preocupante, pois se torna insustentável para qualquer gestor”, informa.
Valmir lembra que possui dados computados até 31 de agosto deste ano, quando a arrecadação do município para com a pasta era a de: R$ 66.537.093,01 com recursos próprios, R$ 1.329.634,38 com verbas das vigilâncias Sanitária e Epidemiológica, R$ 1.145.902,11 com repasses estaduais e R$ 16.786.335,41 federais. A soma, desta forma, fica em R$ 85.798.964,91. “Realizamos uma audiência pública até o último dia do mês subsequente ao quarto de um quadrimestre para expor tais receitas. É possível notar que a Prefeitura tem bancado a saúde municipal e não vemos sinais de melhora, pois a tendência é a de inexistência no aumento dos repasses”.
São João do Pau D’alho, por sua vez, foi a cidade que obteve o menor repasse no período, com R$ 617.488,57, o que, mesmo assim, equivale a uma renda per capita de R$ 292,50 no ano ou de R$ 0,91ao dia, frente aos 2.111 moradores, conforme dados do IBGE. “Suficiente não será enquanto a cidade precisar bancar a saúde municipal, que é o que temos feito. Nosso gasto com a saúde, da receita municipal, que deveria ser de 15% está chegando aos 21%, e temo uma piora neste cenário”, expõe a diretora da Saúde, Roseli Manzano.
Repasses para a saúde da 10ª RA | |
Município | Gasto |
Adamantina | R$ 16.592.075,84 |
Alfredo Marcondes | R$ 1.224.151,64 |
Álvares Machado | R$ 4.919.138,31 |
Anhumas | R$ 1.728.471,80 |
Caiabu | R$ 1.392.095,33 |
Caiuá | R$ 1.711.414,62 |
Dracena | R$ 13.944.678,72 |
Emilianópolis | R$ 960.334,04 |
Estrela do Norte | R$ 1.156.712,38 |
Euclides da Cunha Paulista | R$ 2.436.350,72 |
Flora Rica | R$ 903.849,62 |
Flórida Paulista | R$ 2.279.818,54 |
Iepê | R$ 2.274.854,00 |
Indiana | R$ 1.486.320,64 |
Inúbia Paulista | R$ 693.917,69 |
Irapuru | R$ 1.622.468,34 |
Junqueirópolis | R$ 6.964.504,28 |
Lucélia | R$ 5.769.585,39 |
Marabá Paulista | R$ 1.043.967,30 |
Mariápolis | R$ 818.053,27 |
Martinópolis | R$ 7.651.844,69 |
Mirante do Paranapanema | R$ 4.465.194,07 |
Monte Castelo | R$ 1.430.339,23 |
Nantes | R$ 1.146.132,80 |
Narandiba | R$ 1.545.072,26 |
Nova Guataporanga | R$ 1.108.872,51 |
Osvaldo Cruz | R$ 7.118.624,57 |
Ouro Verde | R$ 1.601.795,22 |
Pacaembu | R$ 2.886.752,77 |
Panorama | R$ 2.755.833,03 |
Pauliceia | R$ 1.651.854,65 |
Piquerobi | R$ 1.216.503,59 |
Pirapozinho | R$ 5.260.604,36 |
Pracinha | R$ 1.107.338,07 |
Presidente Bernardes | R$ 4.376.613,85 |
Presidente Epitácio | R$ 8.663.044,84 |
Presidente Prudente | R$ 22.618.450,05 |
Presidente Venceslau | R$ 9.627.166,64 |
Rancharia | R$ 5.727.840,66 |
Regente Feijó | R$ 3.925.449,97 |
Ribeirão dos Índios | R$ 690.623,20 |
Rosana | R$ 4.082.271,13 |
Sagres | R$ 824.826,54 |
Salmourão | R$ 976.476,62 |
Sandovalina | R$ 1.158.840,07 |
Santa Mercedes | R$ 869.572,60 |
Santo Anastácio | R$ 5.201.060,22 |
Santo Expedito | R$ 1.185.394,43 |
São João do Pau dAlho | R$ 617.488,57 |
Taciba | R$ 2.079.253,15 |
Tarabai | R$ 1.873.738,91 |
Teodoro Sampaio | R$ 6.951.401,71 |
Tupi Paulista | R$ 5.414.198,80 |
Total: | R$ 197.733.236,25 |
Fonte: Ministério da Saúde |